Um trabalho jornalístico, realizado pelo jornal HOJE revelou detalhes que já se desconfiava, mas não se tinha certeza. É que em Parauapebas se vive intensamente o quotidiano da política. Ninguém está muito preocupado com o preço dos combustíveis, um dos mais caros do país, ou com o valor dos aluguéis, mas sabem tudo que da vida dos políticos, principalmente dos que têm mandato. Detalhes que para outros são considerados insignificantes ou até prosaicos, aqui ganham vida. O patrulhamento é tamanho que ninguém que tem vida pública tem direito a uma vida privada. Contudo, deve-se reconhecer que boa parte da culpa pertence aos próprios, que gostam de manter o eleitorado numa espécie de coleira, criando assim o que se chama de curral eleitoral.
Por que será que a política é o centro das atenções em Parauapebas, quando em outros municípios esses detalhes estão longe de fazer parte do cotidiano? Mais ainda, por que será que a política exerce tanto fascínio aos simples mortais da terrinha? Em Marabá, por exemplo, depois de um ano ou um pouco menos, ninguém mais sabe quem foi eleito a vereador e o sujeito, livre, leve e solto, transita tranqüilamente pelas ruas e não aparece um cristão para molestá-lo. Já em Parauapebas, a população vive intensamente a vida dos eleitos. Costuma-se dizer que ela respira e transpira política. Nota-se que mesmo os que chegam são integrados rapidamente na vida da cidade e em pouco tempo já estão dando suas cornetadas pelos corredores da Câmara.
Por ser a casa do povo, a Câmara acabe sendo o reflexo dessa atração, o que não chega a ser surpreendente. Em Parauapebas, o Poder Legislativo é mesmo a caixa de ressonância do povo.
Aqui o vereador é um misto de consultor sentimental, psicólogo, assistente social e provedor das necessidades da uma parcela carente do município.
A proximidade com a realidade da população dá essa vantagem (se é que se pode chamar isso de vantagem) ao Legislativo. Como não tem acesso aos órgãos do Executivo, o cidadão procura o vereador. Não há um contrato explícito, mas funciona na base do “toma lá, dá cá”. Em outras palavras: toma a cesta básica e me dá o voto.
Aos trancos e barrancos, o legislativo está presente na vida do povo. Agora só falta desenvolver outras funções estabelecidas pela lei, como fiscalizar mais e se impor enquanto poder.
segunda-feira, 27 de agosto de 2007
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