O projeto do comício de sexta-feira, na rua 14 nasceu para ser realizado no Mercado Municipal, mas em razão da preferência geral, o local foi mudado para a 14, uma rua simbólica para o PT.
No entender de muitos, era necessário quebrar a escrita que a rua era composta apenas de partidários do PT, até porque não é; há muito tempo uma parte dos comerciantes não quer nem ouvir falar nisso e os que estão do lado de lá estão pressionados. Passaram dois anos sem vender uma vela para prefeitura e depois disso se viram como podem, na base do conta-gotas (todo mundo sabe de cor e salteado quem é que vende para a atual administração).
Mesmo sem ter a metade do apoio verificado em 2004, os petistas tinham a rua como se fosse um feudo permanente. “Já que é para ganhar a eleições, vamos começar ganhando a guerra da 14”, foi o argumento utilizado na reunião que definiu o local do comício.
A guerra da 14 foi ganha com sobras. Lavou e enxaguou a alma de muita gente e as razões foram muitas. A primeira talvez tenha sido o fato de que o comício do 15 colocou o dobro de gente que o do PT, que fora realizado há cerca de 20 dias, no mesmo lugar. Enquanto a manifestação da candidata do PMDB lotara cinco quarteirões, mais as ruas transversais, o comício do PT se resumira a ocupação de dois quarteirões. A segunda razão da satisfação dos partidários de Bel Mesquita foi que no Liberdade, a menos de dois quilômetros dali, o atual prefeito era vaiado insistentemente, a ponto de interromper a sua fala, antes das 22 horas. Enquanto isso, Bel falava até às 23:30 para uma multidão estimada em 15 mil pessoas.
O comício de sexta revelou o mau negócio do PT em partir para a tática do enfrentamento, principalmente agora, que ele está descendo a ladeira a olhos vistos. (segundo informações dos próprios membros do partido, numa pesquisa que convenientemente não será divulgada, Bel estaria quase oito pontos percentuais a frente de Darci). Realizou o comício no Liberdade simultaneamente ao da Bel e levou tinta. Dizem que vão realizar uma nova carreata para colocar nas ruas o dobro dos carros da carreata de Bel. Seria mau negócio, afinal, não é fácil locar cinco mil carros.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Uma reunião no meio da noite
A rebordosa da carreata ainda rende até hoje, mas rendeu mesmo foi na noite de sábado. Não era para menos, afinal, nem nos piores pesadelos dos petistas imaginava-se tamanha manifestação popular.
Segundo o meu informante anônimo, que não é outro senão o Jambo (aquele que é vermelho por fora e branco por dentro), o PT, vendo a vaca caminhar para o brejo, convocou uma reunião em caráter de urgência. Era necessário processar a carreata da mulher, que revelara o que eles, na sua arrogância, ainda não tinham visto.
Primeiro quiseram saber de onde viera a imensidão de veículos. Um puxa-saco, louco para agradar sustentou que a frota era de Curionópolis. Na maior cara-de-pau chegou a afirmar que 100 veículos tinham sido locados. “E os outros 2.400?” Ninguém soube responder.
Como o momento era de caça as bruxas, a cobrança foi geral. Ninguém admitia que o plano de desmoralizar a carreata tivesse feito água. Não se admitia que um monte de baderneiros, contratado a peso de ouro para “pegar geral” na Rio de Janeiro tivesse falhado na missão. “Fazer o que se a fila de carros parecia uma avalanche interminável?”, se dizia à guisa de justificativa. Era verdade, mas bem que eles tentaram. Nas imagens registradas pela equipe de TV, até um figura conhecida ameaça o cinegrafista que captava imagens com o revolver.
Por fim, saiu a idéia louca. “Já sei, vamos divulgar que a carreata só tinha crianças” Não prosperou porque acharam que não seria de bom tom curtir com a cara das 10 mil pessoas que foram à manifestação, além das outras tantas espalhadas ao longo do trajeto, a estender o tapete à grande manifestação branca, que contagiara a multidão e levara de roldão a certeza de mais quatro anos de incompetência. A idéia prosseguiu e no final saiu um monstrengo, uma espécie de colcha de retalhos, um samba do crioulo doido. “Vamos divulgar que no nosso comício compareceram 20 mil (na verdade, entre os cabos eleitorais contratados – a metade vota na Bel – e os militantes, nada além de 4 mil pessoas) e que na carreata só deu menino e bêbado”. Jerico perde.
De prático mesmo só a decisão de endurecer com a oposição e pressionar ainda mais os funcionários públicos. No dia seguinte, começaram a cumprir o prometido. Uma equipe da prefeitura, de forma truculenta arrancou todos os banners e cavaletes da rotatória e ao longo do canteiro central. A tarde começaram as reuniões setorizadas na prefeitura. Na Saúde o recado foi claro: ou vota em Darci ou rua. O mesmo aconteceu nas escolas.
Finalmente decidiram demitir sumariamente o marketeiro, acusado de incompetência. Injustiça. O PT de Parauapebas ainda não percebeu que é impossível fazer omelete se não há ovos.
o artigo que será publicado no jornal HOJE de sexta-feira
Segundo o meu informante anônimo, que não é outro senão o Jambo (aquele que é vermelho por fora e branco por dentro), o PT, vendo a vaca caminhar para o brejo, convocou uma reunião em caráter de urgência. Era necessário processar a carreata da mulher, que revelara o que eles, na sua arrogância, ainda não tinham visto.
Primeiro quiseram saber de onde viera a imensidão de veículos. Um puxa-saco, louco para agradar sustentou que a frota era de Curionópolis. Na maior cara-de-pau chegou a afirmar que 100 veículos tinham sido locados. “E os outros 2.400?” Ninguém soube responder.
Como o momento era de caça as bruxas, a cobrança foi geral. Ninguém admitia que o plano de desmoralizar a carreata tivesse feito água. Não se admitia que um monte de baderneiros, contratado a peso de ouro para “pegar geral” na Rio de Janeiro tivesse falhado na missão. “Fazer o que se a fila de carros parecia uma avalanche interminável?”, se dizia à guisa de justificativa. Era verdade, mas bem que eles tentaram. Nas imagens registradas pela equipe de TV, até um figura conhecida ameaça o cinegrafista que captava imagens com o revolver.
Por fim, saiu a idéia louca. “Já sei, vamos divulgar que a carreata só tinha crianças” Não prosperou porque acharam que não seria de bom tom curtir com a cara das 10 mil pessoas que foram à manifestação, além das outras tantas espalhadas ao longo do trajeto, a estender o tapete à grande manifestação branca, que contagiara a multidão e levara de roldão a certeza de mais quatro anos de incompetência. A idéia prosseguiu e no final saiu um monstrengo, uma espécie de colcha de retalhos, um samba do crioulo doido. “Vamos divulgar que no nosso comício compareceram 20 mil (na verdade, entre os cabos eleitorais contratados – a metade vota na Bel – e os militantes, nada além de 4 mil pessoas) e que na carreata só deu menino e bêbado”. Jerico perde.
De prático mesmo só a decisão de endurecer com a oposição e pressionar ainda mais os funcionários públicos. No dia seguinte, começaram a cumprir o prometido. Uma equipe da prefeitura, de forma truculenta arrancou todos os banners e cavaletes da rotatória e ao longo do canteiro central. A tarde começaram as reuniões setorizadas na prefeitura. Na Saúde o recado foi claro: ou vota em Darci ou rua. O mesmo aconteceu nas escolas.
Finalmente decidiram demitir sumariamente o marketeiro, acusado de incompetência. Injustiça. O PT de Parauapebas ainda não percebeu que é impossível fazer omelete se não há ovos.
o artigo que será publicado no jornal HOJE de sexta-feira
Uma resposta à altura
Poderia começar falando que a carreata de sábado foi a maior concentração de veículos já vista na história de Parauapebas, mas aí seria chover no molhado, afinal, todo mundo viu, até mesmo aquele petista baderneiro, que ficou na rua Rio de Janeiro, provocando quem passava e acabou levando umas bordoadas.
Poderia dizer ainda que os quase três mil veículos que cobriram a cidade uma ponta a outra de branco, ostentando o trevo de trevo de quatro folhas foram pelo menos o triplo da carreata do PT, composta de funcionários públicos, empreiteiros e um monte de gente que mama feito bezerro faminto nas tetas da prefeitura. Ainda na noite de sábado, os eternos caras-de-pau tentava desdenhar da força da coligação da Bel. Não deveriam; favas contadas só no bizaco da vovó, respeito é bom e todo mundo gosta.
Agora falando sério, o que se viu na tarde-noite de sábado foi a afirmação (mais uma vez) de um fenômeno político e sociológico, que arrastou uma multidão de gente e veículos, numa fila interminável, que serpenteava pelas ruas do Liberdade, enquanto o final mal saía das Casas Populares.
Apesar da diferença acachapante em favor de Bel, o que chamou atenção não foram os veículos, afinal, carro não vota. O diferencial foi o que teria que ser: o povo. Enquanto na carreata de Darci eram apenas carros locados, com uma infinidade de bandeiras, tentando desesperadamente e em vão repetir a onde de 2004, a carreata da Bel apresentou o que realmente interessava: gente. Gente feliz, desperta e pronta para dar o troco na malta folgada que espalhara aos quatro ventos que a eleição estava definida antes da hora. No final da noite, nos principais points da cidade, se via a preocupação estampada na cara de cada petista. O cheiro que fica no ar é de uma preferência silenciosa, que não coloca bandeira no alto da casa (até para evitar o abraço dos longos tentáculos da administração pública, tida e havida como perseguidora) e que não dá bandeira (perdoe-me o trocadilho) nem nas pesquisas mandrakes.
A eleição ainda vai longe, mas a carreata colocou as coisas nos seus devidos lugares, mas duas coisas precisam ficar claras: se Darci tivesse sido um bom prefeito, não haveria ninguém em condições de lhe enfrentar e poderia haver, pela primeira vez na história de Parauapebas uma candidatura única. Por último, a campanha de Bel começa agora, justamente quando o barco petista começa a fazer água.
Poderia dizer ainda que os quase três mil veículos que cobriram a cidade uma ponta a outra de branco, ostentando o trevo de trevo de quatro folhas foram pelo menos o triplo da carreata do PT, composta de funcionários públicos, empreiteiros e um monte de gente que mama feito bezerro faminto nas tetas da prefeitura. Ainda na noite de sábado, os eternos caras-de-pau tentava desdenhar da força da coligação da Bel. Não deveriam; favas contadas só no bizaco da vovó, respeito é bom e todo mundo gosta.
Agora falando sério, o que se viu na tarde-noite de sábado foi a afirmação (mais uma vez) de um fenômeno político e sociológico, que arrastou uma multidão de gente e veículos, numa fila interminável, que serpenteava pelas ruas do Liberdade, enquanto o final mal saía das Casas Populares.
Apesar da diferença acachapante em favor de Bel, o que chamou atenção não foram os veículos, afinal, carro não vota. O diferencial foi o que teria que ser: o povo. Enquanto na carreata de Darci eram apenas carros locados, com uma infinidade de bandeiras, tentando desesperadamente e em vão repetir a onde de 2004, a carreata da Bel apresentou o que realmente interessava: gente. Gente feliz, desperta e pronta para dar o troco na malta folgada que espalhara aos quatro ventos que a eleição estava definida antes da hora. No final da noite, nos principais points da cidade, se via a preocupação estampada na cara de cada petista. O cheiro que fica no ar é de uma preferência silenciosa, que não coloca bandeira no alto da casa (até para evitar o abraço dos longos tentáculos da administração pública, tida e havida como perseguidora) e que não dá bandeira (perdoe-me o trocadilho) nem nas pesquisas mandrakes.
A eleição ainda vai longe, mas a carreata colocou as coisas nos seus devidos lugares, mas duas coisas precisam ficar claras: se Darci tivesse sido um bom prefeito, não haveria ninguém em condições de lhe enfrentar e poderia haver, pela primeira vez na história de Parauapebas uma candidatura única. Por último, a campanha de Bel começa agora, justamente quando o barco petista começa a fazer água.
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