Na sexta passada a Câmara de vereadores promoveu uma audiência pública para discutir o problema do trânsito da cidade, um dos mais caóticos do interior do Estado. Além dos vereadores, se fizeram presentes o diretor regional do Detran, Marcos Correa, o diretor do Departamento Municipal de Trânsito e Transporte (DMTT) e várias lideranças das cooperativas do transporte coletivo alternativo.
Durante quatro horas, um monte de gente se inscreveu para falar e o que se viu foi um festival de colocações dispensáveis, algumas até hilárias. Até a roupa suja da Umespa foi ameaçada de ser lavada em público. Felizmente sobraram algumas sugestões pertinentes, o que mostra a preocupação geral com o nosso trânsito.
Deve-se dizer, para iniciar, que os problemas registrados em Parauapebas, como caos no trânsito e até acidentes envolvendo carros, motos, ciclistas e até pedestres, são inerentes de cidades que estão se transformando em metrópoles. Para se ter uma idéia, mais de 45 mil veículos circulam pelas ruas de Parauapebas, o que dá uma média de menos de três veículos para cada cidadão. Com certeza, essa é uma das maiores médias do país.
A tendência é que a cidade tenha sempre esse problema por causa de um erro cometido no passado, quando a vila ainda estava sendo projetada. O que ocorre é que as ruas dos bairros mais antigos têm dimensões reduzidas, um convite explícito para acidentes e para os constantes engarrafamentos verificados hoje, que com certeza se intensificarão ainda mais num futuro próximo. Bairros decorrentes de invasões ainda se aceita, mas não os planejados pela Vale do Rio Doce, na década de 80, como a Cidade Nova. Isso é passar recibo de asnice, ser quase parente de cavalgadura e coisas assim. Não é possível que quem planejou isso aqui não tenha percebido que o povoado iria crescer muito.
Moral da história: Cidade Nova, Rio Verde, Primavera, não possuem uma única avenida. A bem da verdade, só os bairros novos (Novo Horizonte, Beira Rio, Jardim Canadá) receberam esse tipo de cuidado.
Hoje não há muito que fazer, mas, infelizmente quando aparece à oportunidade de melhorar, há sempre alguém empenhado em puxar para baixo. Basta ver o exemplo da obra do canteiro central, que se arrasta há mais de um ano. Havia espaço para se fazer duas pistas paralelas nas ruas “E” e “F”, além do estacionamento, que poderia ficar mais perto da PA, o que desafogaria o trânsito da parte central da cidade. Mas, a despeito das evidências, o prefeito preferiu utilizar o espaço apenas para estacionamento e deixou as ruas apinhadas de veículos.
Por essas e por outras, o tráfego vai continuar congestionado, com viés de alta.
(artigo publicado no jornal HOJE)
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
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