A culpa é do Poder Público
Gostaria de falar no dia de hoje de um tema que tem afligido e muito o cidadão comum. A bem da verdade, mesmo os mais aquinhoados vêem boa parte da renda familiar desaparecer pelo ralo, numa situação que virou máxima, quando se sabe que o dinheiro do aluguel é um dinheiro que não volta. Gostaria de dizer com todas as letras que no que se refere a Parauapebas a culpa é 100% da prefeitura.
Não uma culpa distraída, do tipo “desculpe, foi engano”, mas uma culpa perversa, quase que premeditada. Quando eu digo prefeitura, quero dizer a instituição mesmo e evito com isso cometer injustiça, com alguns gestores, que tiveram boa vontade, ainda que tenham esbarrado na falta de recursos da época. Os primeiros prefeitos (Faisal e Chico) fizeram a sua parte. Faisal implantou o bairro da Paz e Chico disponibilizou o Liberdade e Altamira. Por linhas tortas, eles cuidaram do metiê.
Os gestores seguintes deixaram uma herança maldita, que acabou desaguando nessa coisa sem controle, chamada especulação imobiliária e que penaliza as classes menos favorecida.
Desde os anos 90, todo mundo sabia, mesmo os mais desatentos tinham convicção de que haveria uma explosão demográfica na cidade, menos a prefeitura que em nenhum momento procurou se antecipar aos problemas, ao contrário, teve até gestor que se associou a loteadores e ganhou muito dinheiro, em detrimento da miséria do povo. O que o prefeito Darci Lermen fez, liberando um mundo de loteamentos foi apenas o que já fizera o governo anterior.
Há sete, oito anos atrás, o Planejamento poderia, até com certa tranquilidade, diagnosticar o problema anunciado, verificar a quantidade de terrenos que contemplaria os desassistidos, mesmo que cada um tivesse que arcar com uma parte dos custos (digo uma parte). Não se pode esquecer que nessa época as áreas a serem adquiridas seriam bem mais baratas do que é hoje. Estranhamente ninguém quis trabalhar nesse sentido e deixou a população nas mãos de especuladores que adquiriram as ditas áreas, lotearam e estão faturando milhões, que para desconto de pecados vão fomentar o desenvolvimento de outras localidades já que a grana não fica aqui.
Além de não fazer o dever de casa, uma vez que ficou de braços cruzados na questão de prover moradia para seus munícipes, o município ainda deixou a população nãos mãos de especuladores, com uma bomba-relógio prestes a explodir. Os contratos draconianos desses loteamentos, quase sempre em letra miúda e termos técnicos, escondem armadilhas para solapar o direito do pobre.
Não é a toa que muitos mutuários, depois de pagar mais de dois anos estão desistindo dos imóveis, por se verem impossibilitados de fazer frente aos constantes reajustes, bem acima de inflação.
2 comentários:
Pensa num crime moral e ambiental o que fizeram esses ultimos gestores.
cadê o ministério público............
Mais uma vez, você consegue ver um problema onde a maioria não vê. Mais uma vez parabéns pela coluna, Marcel.
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