"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Um jornal de vanguarda

Depois de um ano turbulento na questão da viabilidade econômica, 2009 está indo embora. Se não há motivos para grandes comemorações, uma vez que foi, sem dúvida nenhuma, o ano mais difícil da história do HOJE, não há razões para transformarmos a nossa vida num muro das lamentações. Se fosse chamada a responder a velha gorda talvez dissesse: “entre mortos e feridos se salvaram todos e pronto”.

Há cinco anos no mercado, o jornal HOJE está prestes a colocar nas ruas a 400ª edição e isso é motivo para comemorar. Com uma linha editorial independente e porque não dizer, completamente de vanguarda, sem medo de errar, sem vergonha de ousar, no HOJE se costuma dizer que tudo é permitido, desde que seja ético, desde que seja republicano.

Alguns podem até não gostar, não concordar, mas no jornalismo de Parauapebas o HOJE foi e continua sendo um divisor de água. Apesar de não ser o primeiro e pelo andar da carruagem não ser o último, o HOJE, do qual me orgulho de ser diretor conseguiu caminhar por caminho nunca antes percorrido e inaugurou uma nova era no jornalismo de Parauapebas. A era do jornalismo independente e sem amarras.

Foi difícil chegar até aqui? Foi dificílimo e o ano de 2009 foi excepcionalmente trabalhoso. Ao lançar a última edição do ano e ao fazer uma rápida retrospectiva nos lembramos das medidas amargas que tivemos que tomar para sobreviver no mercado. Sem patrocínio da prefeitura, em razão da postura assumida, sem o principal cliente privado, a Vale que praticamente deixou de anunciar nos jornais do interior (essa edição é uma das poucas exceções), fomos obrigados a demitir bons funcionários que estavam há anos conosco, tivemos ainda que entregar a sede, que era locada, mas estava conosco a há quatro anos e por fim, mudamos a periodicidade do jornal, que passou a circular uma vez por semana.

Da crise emergiu um jornal mais enxuto, com matérias mais densas em informação. Por ser semanal o factual deixou de ser o ponto alto do jornal, dando lugar a matérias de análise, de comportamento e textos assinados. O que não mudou foi a linha editorial, que continua sendo bastante crítica. Essas ainda é a melhor forma de fazer jornal, menos lucrativa, é verdade, mas é a melhor forma.

Até nisso o HOJE faz escola. Ensina com continuar independente, mesmo que tenha que se reinventar todas as manhãs. Quem já fez isso em Parauapebas?

(artigo publicado no jornal H OJE, edição 396)

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