"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


sábado, 24 de novembro de 2012

COLUNA DO MARCEL - Considerações diretas de Goiânia





No momento em que escrevo a coluna da semana estou em Goiânia, em visita aos meus filhos, que estudam na capital goiana. Além do custo com as passagens, alimentação, locomoção, passeios, uns trocados nas mãos dos filhos, aquisição de roupas para o fim de ano (não faz sentido estar numa capital onde se vende boas peças de vestuário e voltar de mãos abanando), um grana federal com um monte de pequenas coisas que a princípio a gente pensa que são supérfluas  mas, no final, faz um "limpa" no cartão de crédito, no cheque especial, ou na carteira. Ao fim e ao cabo, R$ 4 mil, mas, convenhamos, foi uma viagem de turista quebrado.

A viagem em si foi boa, afinal de contas, ver os filhos sempre é um programa especial, mas, cá pra nós, são despesas fora de hora que encarecem o caderno de encargos de uma família. Custos com faculdade, moradia, alimentação e despesas correntes dos filhos nos levam a uma reflexão e porque não dizer, a uma série de perguntas.

A reflexão é a seguinte: embora o município tenha atravessado décadas de opulência financeira, é cada vez maior o número de pessoas que vai morar em outras localidades, em busca de novos horizontes, de uma graduação condizente com as suas aspirações. 

Em outras palavras, Parauapebas não tem e pelo jeito, ainda vai levar uma par de tempo para ofertar aos seus jovens educação de qualidade. Do jeito que a coisa vai, o município perde gerações e mais gerações que saem para estudar fora, acabam criando raízes nessas localidades e ficando por lá, depois de formadas.

O que se percebe é que os últimos administradores que passaram pelo município, mesmo sendo educadores de ofício trataram a coisa aleatoriamente, sem a menor responsabilidade. 

As perguntas são as de sempre: por que não há um projeto sério voltado para a educação superior de Parauapebas, com cursos de ponta e que atendam as exigências e as particularidades do município? Quem arcaria com os altos custos de centenas, milhares de jovens que saem, por absoluta falta de alternativas? A resposta é fácil: os pais, mas por justiça deveria ser o município, já que ele é incapaz de fazer o dever de casa.

O resultado da falta de política pública voltada para educação é que Parauapebas continua ofertando poucas oportunidades para os filhos da terra e a cidade continua sendo importadora de mão-de-obra.


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