No momento
em que escrevo a coluna da semana estou em Goiânia, em visita aos meus filhos,
que estudam na capital goiana. Além do custo com as passagens, alimentação,
locomoção, passeios, uns trocados nas mãos dos filhos, aquisição de roupas para
o fim de ano (não faz sentido estar numa capital onde se vende boas peças de
vestuário e voltar de mãos abanando), um grana federal com um monte de pequenas
coisas que a princípio a gente pensa que são supérfluas mas, no final, faz um
"limpa" no cartão de crédito, no cheque especial, ou na carteira. Ao
fim e ao cabo, R$ 4 mil, mas, convenhamos, foi uma viagem de turista quebrado.
A viagem em
si foi boa, afinal de contas, ver os filhos sempre é um programa especial,
mas, cá pra nós, são despesas fora de hora que encarecem o caderno de encargos
de uma família. Custos com faculdade, moradia, alimentação e despesas
correntes dos filhos nos levam a uma reflexão e porque não dizer, a uma série de
perguntas.
A reflexão
é a seguinte: embora o município tenha atravessado décadas de opulência
financeira, é cada vez maior o número de pessoas que vai morar em outras
localidades, em busca de novos horizontes, de uma graduação condizente com as
suas aspirações.
Em outras palavras, Parauapebas não tem e pelo jeito, ainda
vai levar uma par de tempo para ofertar aos seus jovens educação de qualidade.
Do jeito que a coisa vai, o município perde gerações e mais gerações que saem
para estudar fora, acabam criando raízes nessas localidades e ficando por lá,
depois de formadas.
O que se
percebe é que os últimos administradores que passaram pelo município, mesmo
sendo educadores de ofício trataram a coisa aleatoriamente, sem a menor
responsabilidade.
As
perguntas são as de sempre: por que não há um projeto sério voltado para a
educação superior de Parauapebas, com cursos de ponta e que atendam as
exigências e as particularidades do município? Quem arcaria com os altos custos
de centenas, milhares de jovens que saem, por absoluta falta de alternativas? A resposta é fácil: os pais, mas por justiça deveria ser o município, já que ele é
incapaz de fazer o dever de casa.
O resultado
da falta de política pública voltada para educação é que Parauapebas continua
ofertando poucas oportunidades para os filhos da terra e a cidade continua
sendo importadora de mão-de-obra.
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