Essa entrevista com o ex-deputado Faisal Salmen, eu fiz para o jornal HOJE, mas, em razão da sua importância transcrevo para o blog. Espero que os leitores gostem.
Que ele é uma figura controvertida, com passagens explosivas e contraditórias, ninguém tem dúvida. Agora, que ele é uma das maiores personalidades do município, com uma extensa folha de serviços prestados ao município, ninguém pode negar. Depois de quase dois anos recluso, o ex-prefeito e ex-deputado estadual recebeu o jornal HOJE para uma entrevista. Bem ao seu estilo, Faisal aborda temas considerados tabus e se declara oposição à ex-esposa e atual deputada federal Bel Mesquita a ao prefeito, Darci Lermen.
Blog do Marcel- Após a campanha de deputado, nota-se que o senhor se recolheu, saiu da mídia. Qual o motivo?
Faisal - Você tem razão. Eu me recolhi mesmo para fazer reflexão e porque fiquei decepcionado com o grupo que ajudei a criar em Parauapebas. Foi uma traição violenta e eu demorei para perceber. Fui analisar o passado para poder me situar numa realidade futura. Por último, me recolhi para estudar medicina, porque eu pretendia voltar a ser médico.
BM – Ventilou-se a informação que o senhor estaria deixando o PSDB para se filiar ao PRTB. Isso não aconteceu, por quê?
Faisal - Por um momento me senti sozinho, porque eu tenho uma personalidade muito forte, carregada de muito idealismo e comprometida com uma posição ideológica. Como o meu partido estava ausente do poder, à nível federal estadual e municipal eu sentir falta de um partido que me agasalhasse.
BM– Nesse período que o senhor esteve recolhido, o senhor se reciclou politicamente?
Faisal – Eu fiz auto-análise da minha vida e descobri que ninguém pode viver sozinho. Viver bem é você ter a possibilidade de refazer amizades.
BM - Qual a conclusão que o senhor chegou?
Faisal - Na verdade a minha derrota para deputado ainda é um grande ponto de interrogação, porque 90% das obras que estão aqui foi eu quem trouxe. Se eu tivesse levado a Feira do Produtor, que eu trouxe para cá, para Canaã; o Corpo de Bombeiros para Curionópolis; a Rodoviária, para Eldorado; se os 17 quilômetros de asfalto da ferrovia eu tivesse levado para Xinguara eu teria sido eleito. Essas e muitas outras obras eu trouxe para Parauapebas e ficaram como mérito da então prefeita, Bel Mesquita e ela nem sequer esteve nas reuniões eu que eu fechei essas obras para Parauapebas. Ninguém sabe, por exemplo, que todo asfalto do bairro Guanabara não tem um tostão do município de Parauapebas porque foram recursos 100% do Estado, que eu viabilizei; que a escola Faruk Salmen, tem a metade dos recursos do estado; que a drenagem e a praça da Chácara do Sol foi 100% do Estado; que a escola Marluce Massariol foi 100% do Estado e foram fruto da minha atuação como deputado, além de outras que não apareceu como o ônibus biblioteca que eu trouxe o dinheiro e o ônibus nunca apareceu. O ICMS foi aumentado graças a minha luta e hoje é a maior arrecadação de Parauapebas. A doação do bairro da Paz também foi uma luta minha que o governador Jatene veio aqui anunciar.
BM - A gente nota que há uma profunda decepção da sua parte com relação a ex-prefeita. O senhor se considera traído?
Faisal - Muito traído. Para se ter uma idéia, se eu tivesse trazido um candidato a deputado federal do meu partido, ela não teria sido eleita, mas eu não fiz isso, inclusive eu votei nela, mas acho que ela está sendo uma decepção como deputada, porque até agora o único pronunciamento que fez foi atacar os Sem Terra de uma maneira gratuita e não trouxe um tostão para o município de Parauapebas. Entretanto, a minha maior decepção foi o financiamento da campanha do Darci pelo senhor Welder Rodrigues Zebral, dono do restaurante “Porção”, intermediado pelo Welney Lopes de Carvalho, com o conhecimento da Bel. Gostaria inclusive que eles me processassem porque aí eles teriam que apresentar inclusive uma conta da Bel que desapareceu da Câmara. Esse Welder é o mesmo que colocou em Parauapebas aquele famoso instituto de Tecnologia Aplicada de Informação (Itec) por R$ 2,5, cujos computadores não funcionam mais. Esse cidadão foi o maior contribuinte da campanha do Darci.
BM – Há rumores de que a Bel não seria candidata a prefeita. Caso ela fosse candidata, o senhor iria contra ela no palanque?
Faisal – Eu vou fazer denúncia sim, mas ela não vai ser candidata porque ela tem medo das minhas denúncias, principalmente no caso Chico Ferreira, que hoje cumpre pena por assassinato. Mais tarde, Darci, que prometeu varrer a Clean de Parauapebas, manteve a empresa no município, renovou o contrato e ainda aumentou os valores.
BM – Então o senhor se arrepende de ter ajudado a Bel?
Faisal – Eu me arrependo. Na campanha do seu segundo mandato, eu estava fora do município para tratamento de saúde, quando o Welney me chamou porque ela estava perdendo a eleição para o Cláudio Almeida e eu voltei para salvar o mandato dela, mas nem isso eles agradeceram.
BM – Como o senhor avalia o governo Darci?
Faisal – Primeiro não existe governo. Ele ganhou porque foi apoiado por pessoas ricas, que depois colocaram ele contra a parece e ele aceitou essa posição porque ele é fraco e não tem caráter, é um “Bananão”. Esse bananão aceitou o dinheiro do Welney e de bandidos de Brasília. Eu não vou calar minha boca não, ele vai levar chumbo de mim. Ele ficou três anos parado, arrecadou um bilhão de reais e não tem cem milhões de obras na cidade, ou seja, nem 10% do dinheiro arrecadado. Quero que ele me processe porque na minha defesa eu vou pedir as contas dele. Hoje, Bel e Darci fazem parte do mesmo grupo, PMDB/PT.
BM – Se o Darci é fraco, quem manda na prefeitura?
Faisal – Quem manda na prefeitura são os financiadores da campanha do bananão e estão cobrando a fatura. O dono do hotel que virou prefeitura é um exemplo de cobrança da fatura. A nomeação de Marcelo Catalão na secretaria de Finanças é outro exemplo. A presença da Clean em Parauapebas também. A Locarauto também é um enigma, tudo passa por ela. Há um cidadão chamado João Fontana, que ninguém conhecia e hoje é uma eminência parda no governo, o guru político do bananão. Ameaça todo mundo e compra todo mundo, usando a máquina. Nós temos muitas gravações dele comprando as pessoas. No meu governo a prefeitura tinha suas próprias máquinas, hoje o Branco é quem aluga as máquinas para a prefeitura, um absurdo. O bananão é muito bonzinho, para os ricos, mas muito ruim para os pobres. Não tem nenhum pobre na cúpula do governo.
BM - Não está tarde para falar isso? O senhor não devia ter falado antes?
Faisal - Falar como, se ela controlava a imprensa, assim como o Darci controla a imprensa atual? Atualmente, só o jornal HOJE é independente. Essa é a primeira vez que tenho oportunidade de chamar o Darci para um debate. No debate eu quero perguntar para ele porque ele ainda não fez a prefeitura. Sabe por quê? Porque ele alugou o prédio onde funciona a prefeitura por R$ 80 mil por mês. Quero perguntar porque ele pegou R$ 1,7 milhão do dinheiro público e deu para o Siproduz fazer a FAP.
BM - Por que o apoio a Cláudio Almeida?
Faisal – Porque esses filmes que estão aí já passaram. Até eu preciso me reciclar. Tenho certeza que Cláudio será um bom prefeito. Ele tem muita garra e determinação e é dinâmico. Eu nunca tive problemas pessoais com o Cláudio, eu tive problemas de ordem política, que inclusive estão superados.
BM – Você acredita que Cláudio Almeida é capaz de ganhar a eleição?
Faisal – Claro que acredito. Cláudio vai ganhar com a ajuda de todos nós, da união da oposição porque o discurso dele vai ser muito consistente. Já o Darci não tem discurso, ele é preguiçoso, tem obras com preços gigantescos, ele gosta de alugar muitos caminhões, gosta de alugar muitos carros e beneficiar amigos e financiadores.
BM - o senhor será candidato a vereador?
Faisal – Sim, eu devo ser candidato a vereador e humildemente peço a população que me dê oportunidade de reconstruir minha vida política e depois, numa ocasião mais oportuna, quero voltar a ser candidato a prefeito de Parauapebas, que é meu sonho.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
domingo, 23 de dezembro de 2007
Quase R$ 1 bilhão arrecado em três anos. Menos de R$ 100 milhões em obras
Em razão de uma sugestão de um amigo, estamos postando a matéria publicada no jornal HOJE, edição 6, que circulou no sábado, excepcionalmente. espero que os leitores que não tiveram oportunidade de ler no jornal, se informem e depopis façam comentários.
Quase R$ 1 bilhão arrecadado.
Menos de R$ 100 milhões de obras
A maioria dos pobres mortais não tem a menor noção do que faria com um R$ 1bilhão ou algo próximo disso. Não é pra menos. R$ 1 bilhão de reais dá para comprar 10 mil apartamentos de classe média, a razão de R$ 100 mil, ou 30 mil carros populares de R$ 30 mil cada.
Se você não tem dimensão e não sabe o que fazer com essa dinheirama toda, não se martirize. A prefeitura de Parauapebas, ou melhor, a administração atual também não sabe, ou pelo menos não soube.
Com o aquecimento do mercado internacional do ferro, puxado pela China e outros países asiáticos, nunca entrou tanto dinheiro nos cofres municipais. Em compensação, nunca se gastou tão mal. A grana que entra atualmente não se parece com nada na história do município, de modo que é impossível fazer qualquer espécie de comparação com governos anteriores. Para se ter uma idéia, na administração Chico das Cortinas a arrecadação girava em torno de R$ 1,7 milhão. Com o aumento da arrecadação e a redivisão do bolo do ICMS, o dinheiro entrou mais fácil nos oito anos de governo de Bel Mesquita e o município passou a fazer jus à fama de rico. Entretanto, os R$ 12 milhões por mês, em média, eram fichinhas perto do que entra agora.
Apesar dos valores arrecadados serem tratados como segredos de estado, uma espécie de caixa preta, inacessível para o grosso da população, informações não oficiais costumam vazar e aos poucos se vai montando o quebra-cabeça da prefeitura. Os principais tributos, ICMS, royalties, ISS e outros menos votados são os responsáveis por aproximadamente R$ 40 milhões por mês. Como a arrecadação depende muito do que a Vale produz e exporta, esses números muitas vezes ficam aquém ou além, dependendo da quantidade de ferro que é embarcado nos porões dos grandes navios, ancorados no Porto Ponta da Madeira, em São Luís, em determinado mês.
Segundo alguns vereadores entrevistados, a arrecadação de 2006 ficou mesmo na casa de R$ 300 milhões. Já 2007 deve fechar com 20% a mais, ou algo em torno de R$ 360 milhões. Já 2005 foi um pouco mais modesto e oscilou entre R$ 240 a 250 milhões, de modo que os três anos somados fecham R$ 900 milhões. Isso mesmo, R$ 900 milhões. Ressalte-se que pela falta de transparência, já que a administração do prefeito Darci Lermen não se reporta à Câmara de Vereadores quadrimestralmente, como estabelece a lei, até os vereadores têm dificuldade em acompanhar o fluxo de recursos que entra, de modo que esses valores podem ser ainda maiores.
Pistas pelo caminho
Apesar do buraco negro por onde passa o dinheiro público ser cada vez mais negro, algumas pistas vão ficando pelo caminho. A primeira delas é a produtividade da Vale que em 2006 foi de 78 milhões de toneladas de ferro. Em 2007 a produção totalizou em 100 milhões, segundo a própria companhia, o que quer dizer os impostos aumentam na mesma proporção.
O orçamento municipal também é outro indicativo. Em 2005, ele ficou em R$ 147 milhões. Em 2006, ele deu um salto e ficou em R$ 190 milhões. Por falta de tempo ou criatividade, em 2007, o orçamento foi praticamente o mesmo, com suplementação de 30%. Como a prefeitura continuava com previsão de aumento de receita, aventou-se uma segunda suplementação. Como se sabe que orçamento é apenas um espelho, uma estimativa de receita e despesas tem-se a certeza que esses números não chegam nem perto da realidade.
O que fizeram com o dinheiro
Apesar de algumas obras tocadas por Darci, como a duplicação da PA-275, na saída da cidade, a revitalização do canteiro central, asfalto e outras iniciativas, as obras somadas não chegam a R$ 100 milhões, uma merreca considerando os R$ 900 milhões que entraram. Além disso, indícios revelam que muitas obras foram mal feitas e não atenderam as expectativas, enquanto outras (por causa dos valores anunciados) mereceriam uma investigação da Câmara ou do Ministério Público.
Para facilitar a compreensão do leitor, o HOJE lista algumas obras que não resolveram, mas foram divulgadas com a salvação da lavoura.
As 514 casas populares custaram R$ 18 milhões e não resolveram o problema da habitação. Hoje há mais famílias sem ter onde morar do que por ocasião da implantação do projeto habitacional. Caso as casas populares fossem construídas em regime de mutirão, o dinheiro investido daria para multiplicar o número de casas por seis, no mínimo.
Uma matéria paga pela prefeitura na revista Isto É, afirmou que a prefeitura gastou R$ 30 milhões para asfaltar 20 quilômetros de rua. É, provavelmente, o asfalto mais caro do país, na razão de R$ 1,5 milhão o quilômetro asfaltado. A quantia é considerada absurda, quando se considera que o projeto Chão Preto, tocado pela administração anterior custou R$ 24 milhões aos cofres públicos e deixou a cidade quase toda pavimentada. Já o asfalto atual só contemplou uma dezena de ruas no pequeno bairro Novo Brasil e algumas complementações no Liberdade e nas Casas Populares.
A ampliação do sistema da água, segundo a própria prefeitura custou R$ 20 milhões e é um claro exemplo de má aplicação do dinheiro público. Depois de mais de um ano de morosidade a obra ficou pronta e o problema continuou, ou seja, não há água na torneira e os irritantes racionamentos continuam. Muitas vezes a população é submetida a um longo período de interrupção no fornecimento de água, que para agravar ainda mais o problema, é de péssima qualidade.
No campo da educação, o governo tem se portado muito mal. Apesar de existir um estudo socioeconômico, encomendado pela Vale, que revela uma demanda de 400 salas de aulas em 2010, ou seja, para atender a quantidade de alunos que vêm por aí, seria necessário à construção de 40 novas escolas, a prefeitura só construiu três, estimadas em R$ 1 milhão, cada. É muito pouco e é por isso que o turno intermediário, das 10 às 15 horas continua, mesmo quando se sabe que o horário prejudica consideravelmente o aprendizado.
A obra vendida como carro-chefe da administração é a revitalização do canteiro central, cujo valor é de R$ 8 milhões, aproximadamente. Novos estacionamentos foram construídos, entretanto, o trânsito continua estrangulado, revelando que o governo tem errado, mesmo quando tenta acertar. Há um consenso que havia espaço para aumentar a dimensão das ruas “E” e “F”, ou mesmo duplicá-las, sem prejudicar o projeto de estacionamentos. Ao invés disso, o governo preferiu construir pequenas edificações, que servirão para bancas de revistas, restaurantes e pontos de táxi e de mototaxis.
O governo ainda aventa a construção do hospital municipal e da prefeitura. Dinheiro para isso tem. As perguntas são as seguintes: se estava provado, que antes tinha recursos, por que não fizeram? Por que deixaram para fazer apenas no último ano de governo? Onde foi parar o dinheiro arrecadado nos dois primeiros anos de governo? É verdade que o custeio da máquina administrativa é alto, mas deveria haver limites até mesmo para a coleção de desculpas que o prefeito Darci Lermen utiliza para justificar o sumiço do dinheiro, que é de todos nós.
Quase R$ 1 bilhão arrecadado.
Menos de R$ 100 milhões de obras
A maioria dos pobres mortais não tem a menor noção do que faria com um R$ 1bilhão ou algo próximo disso. Não é pra menos. R$ 1 bilhão de reais dá para comprar 10 mil apartamentos de classe média, a razão de R$ 100 mil, ou 30 mil carros populares de R$ 30 mil cada.
Se você não tem dimensão e não sabe o que fazer com essa dinheirama toda, não se martirize. A prefeitura de Parauapebas, ou melhor, a administração atual também não sabe, ou pelo menos não soube.
Com o aquecimento do mercado internacional do ferro, puxado pela China e outros países asiáticos, nunca entrou tanto dinheiro nos cofres municipais. Em compensação, nunca se gastou tão mal. A grana que entra atualmente não se parece com nada na história do município, de modo que é impossível fazer qualquer espécie de comparação com governos anteriores. Para se ter uma idéia, na administração Chico das Cortinas a arrecadação girava em torno de R$ 1,7 milhão. Com o aumento da arrecadação e a redivisão do bolo do ICMS, o dinheiro entrou mais fácil nos oito anos de governo de Bel Mesquita e o município passou a fazer jus à fama de rico. Entretanto, os R$ 12 milhões por mês, em média, eram fichinhas perto do que entra agora.
Apesar dos valores arrecadados serem tratados como segredos de estado, uma espécie de caixa preta, inacessível para o grosso da população, informações não oficiais costumam vazar e aos poucos se vai montando o quebra-cabeça da prefeitura. Os principais tributos, ICMS, royalties, ISS e outros menos votados são os responsáveis por aproximadamente R$ 40 milhões por mês. Como a arrecadação depende muito do que a Vale produz e exporta, esses números muitas vezes ficam aquém ou além, dependendo da quantidade de ferro que é embarcado nos porões dos grandes navios, ancorados no Porto Ponta da Madeira, em São Luís, em determinado mês.
Segundo alguns vereadores entrevistados, a arrecadação de 2006 ficou mesmo na casa de R$ 300 milhões. Já 2007 deve fechar com 20% a mais, ou algo em torno de R$ 360 milhões. Já 2005 foi um pouco mais modesto e oscilou entre R$ 240 a 250 milhões, de modo que os três anos somados fecham R$ 900 milhões. Isso mesmo, R$ 900 milhões. Ressalte-se que pela falta de transparência, já que a administração do prefeito Darci Lermen não se reporta à Câmara de Vereadores quadrimestralmente, como estabelece a lei, até os vereadores têm dificuldade em acompanhar o fluxo de recursos que entra, de modo que esses valores podem ser ainda maiores.
Pistas pelo caminho
Apesar do buraco negro por onde passa o dinheiro público ser cada vez mais negro, algumas pistas vão ficando pelo caminho. A primeira delas é a produtividade da Vale que em 2006 foi de 78 milhões de toneladas de ferro. Em 2007 a produção totalizou em 100 milhões, segundo a própria companhia, o que quer dizer os impostos aumentam na mesma proporção.
O orçamento municipal também é outro indicativo. Em 2005, ele ficou em R$ 147 milhões. Em 2006, ele deu um salto e ficou em R$ 190 milhões. Por falta de tempo ou criatividade, em 2007, o orçamento foi praticamente o mesmo, com suplementação de 30%. Como a prefeitura continuava com previsão de aumento de receita, aventou-se uma segunda suplementação. Como se sabe que orçamento é apenas um espelho, uma estimativa de receita e despesas tem-se a certeza que esses números não chegam nem perto da realidade.
O que fizeram com o dinheiro
Apesar de algumas obras tocadas por Darci, como a duplicação da PA-275, na saída da cidade, a revitalização do canteiro central, asfalto e outras iniciativas, as obras somadas não chegam a R$ 100 milhões, uma merreca considerando os R$ 900 milhões que entraram. Além disso, indícios revelam que muitas obras foram mal feitas e não atenderam as expectativas, enquanto outras (por causa dos valores anunciados) mereceriam uma investigação da Câmara ou do Ministério Público.
Para facilitar a compreensão do leitor, o HOJE lista algumas obras que não resolveram, mas foram divulgadas com a salvação da lavoura.
As 514 casas populares custaram R$ 18 milhões e não resolveram o problema da habitação. Hoje há mais famílias sem ter onde morar do que por ocasião da implantação do projeto habitacional. Caso as casas populares fossem construídas em regime de mutirão, o dinheiro investido daria para multiplicar o número de casas por seis, no mínimo.
Uma matéria paga pela prefeitura na revista Isto É, afirmou que a prefeitura gastou R$ 30 milhões para asfaltar 20 quilômetros de rua. É, provavelmente, o asfalto mais caro do país, na razão de R$ 1,5 milhão o quilômetro asfaltado. A quantia é considerada absurda, quando se considera que o projeto Chão Preto, tocado pela administração anterior custou R$ 24 milhões aos cofres públicos e deixou a cidade quase toda pavimentada. Já o asfalto atual só contemplou uma dezena de ruas no pequeno bairro Novo Brasil e algumas complementações no Liberdade e nas Casas Populares.
A ampliação do sistema da água, segundo a própria prefeitura custou R$ 20 milhões e é um claro exemplo de má aplicação do dinheiro público. Depois de mais de um ano de morosidade a obra ficou pronta e o problema continuou, ou seja, não há água na torneira e os irritantes racionamentos continuam. Muitas vezes a população é submetida a um longo período de interrupção no fornecimento de água, que para agravar ainda mais o problema, é de péssima qualidade.
No campo da educação, o governo tem se portado muito mal. Apesar de existir um estudo socioeconômico, encomendado pela Vale, que revela uma demanda de 400 salas de aulas em 2010, ou seja, para atender a quantidade de alunos que vêm por aí, seria necessário à construção de 40 novas escolas, a prefeitura só construiu três, estimadas em R$ 1 milhão, cada. É muito pouco e é por isso que o turno intermediário, das 10 às 15 horas continua, mesmo quando se sabe que o horário prejudica consideravelmente o aprendizado.
A obra vendida como carro-chefe da administração é a revitalização do canteiro central, cujo valor é de R$ 8 milhões, aproximadamente. Novos estacionamentos foram construídos, entretanto, o trânsito continua estrangulado, revelando que o governo tem errado, mesmo quando tenta acertar. Há um consenso que havia espaço para aumentar a dimensão das ruas “E” e “F”, ou mesmo duplicá-las, sem prejudicar o projeto de estacionamentos. Ao invés disso, o governo preferiu construir pequenas edificações, que servirão para bancas de revistas, restaurantes e pontos de táxi e de mototaxis.
O governo ainda aventa a construção do hospital municipal e da prefeitura. Dinheiro para isso tem. As perguntas são as seguintes: se estava provado, que antes tinha recursos, por que não fizeram? Por que deixaram para fazer apenas no último ano de governo? Onde foi parar o dinheiro arrecadado nos dois primeiros anos de governo? É verdade que o custeio da máquina administrativa é alto, mas deveria haver limites até mesmo para a coleção de desculpas que o prefeito Darci Lermen utiliza para justificar o sumiço do dinheiro, que é de todos nós.
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Calote
O empresário Valmir da Integral resolveu abrir o jogo e detonar geral. Depois da Integral ser auditada durante oito meses por fiscais da prefeitura, que não encontraram nada que a desabonasse, Valmir não contou história e escreveu uma carta do próprio punho ao prefeito, reclamando da conduta da prefeitura. Para variar, o gestor não se dignou a responder.
Evidentemente que Valmir não deixou barato. Na carta, cobrou o que lhe é devido pela prefeitura (algo em torno de R$ 1,9 milhão), pelos serviços de ampliação do sistema de água, deixando claro que a postura da prefeitura era de quem tencionava aplicar o calote. É lamentável quando o poder público, que devia fomentar o desenvolvimento do município, incentivando a geração de emprego e renda, se envolva em picuinhas partidárias e políticas, prejudicando uma empresa que tem uma longa folha de serviços prestados ao município.
Evidentemente que Valmir não deixou barato. Na carta, cobrou o que lhe é devido pela prefeitura (algo em torno de R$ 1,9 milhão), pelos serviços de ampliação do sistema de água, deixando claro que a postura da prefeitura era de quem tencionava aplicar o calote. É lamentável quando o poder público, que devia fomentar o desenvolvimento do município, incentivando a geração de emprego e renda, se envolva em picuinhas partidárias e políticas, prejudicando uma empresa que tem uma longa folha de serviços prestados ao município.
domingo, 16 de dezembro de 2007
Indicado ao Mérito
O advogado Robson Cunha Nascimento está muito orgulhoso e não é para menos. Entre 103 advogados que militam em Parauapebas, ele, juntamente com a Dra. JOseane Silva e Jussara Jordy foi indicado para concorrer ao prêmio Mérito Lojista 2007. O prêmio acabou cnas mãos da advogada Joseane Silva, mas para Robson, que tem com característica a combatividade e as preocupações sociais, foi uma vitória com V maiúsculo.
Reunião do PTC
Sábado, 15, o Partido Trabalhista Cristão (PTC) voltou a se reunir. desssa vez, o foco foi os pré-candiatos a vereador, que há algum tempo tem intensificado os contatos, visando boa performance nas eleições de 2008.
O partido já está trabalhando no programa de governo que apresentará à sociedade, cuja atribuição ficará a cargo do advogado e pré-candidato a vereador, Robson Cunha Nascimento.
Ficou definido também que o partido voltaria a conversar com outros partidos, que tenham o perfil de oposição. A partir de janeiro, todos os pré-candidatos realizarão uma reunião por mês, comn sua base, com a presença de todos os pretensos candidatos a vereador, bem como o candidato a prefeito, Marcel Nogueira, que não é outro senão o titular deste blog.
O partido já está trabalhando no programa de governo que apresentará à sociedade, cuja atribuição ficará a cargo do advogado e pré-candidato a vereador, Robson Cunha Nascimento.
Ficou definido também que o partido voltaria a conversar com outros partidos, que tenham o perfil de oposição. A partir de janeiro, todos os pré-candidatos realizarão uma reunião por mês, comn sua base, com a presença de todos os pretensos candidatos a vereador, bem como o candidato a prefeito, Marcel Nogueira, que não é outro senão o titular deste blog.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2007
Só R$ 1 milhão
Essa é venenosa. um vereador que não quer vê sua identidade revelada confidenciou que foi mesmo ventilado a anunciada rasteira na vereadora Francis Resende e só não aconteceu porque um parlamentar,eleitor de Francis resolveu pedir só R$ 1 milhão para mudar o voto. Como o concorrente não topou ficou o dito pelo não dito, ou seja, Wanterlor desistiu de se candidatar a presidente e Francis garantiu o mandato. Mas, convenhamos, esse vereador não é fraco, não.
Francis na cabeça
Ontem, 11, a nova Mesa Diretoria da Câmara foi definida. Ao contrário do que se especulava, a vereadora Francis Resende será mesmo a nova presidente. O vereador Wanterlor Bandeira, que pretendia tomar-lhe o lugar (com o apoio velado de alguns vereadores, diga-se de passagem) teve que se contentar com a 1ª sercretaria. Bom, pelo menos ele vai participar da mesa.
Apoio?
Quem abriu o jogo foi o próprio Claúdio Almeida (alias, ele vem falando isso há uma par de tempos), de que o ex-deputado e antigo adversário, Faisal Salmen o apoiaria em 2008 para prefeito. Almeida confirma que Faisal será mesmo candidato a vereador.
Ainda segundo Almeida, ontem, 11, os dois passaram a tarde fazendo visitas na periferia, principalmente na região das casas populares, "o homem ainda tem muito voto", reconhece Claúdio.Com relação ao suposto apoio, vamos esperar para ver.
Ainda segundo Almeida, ontem, 11, os dois passaram a tarde fazendo visitas na periferia, principalmente na região das casas populares, "o homem ainda tem muito voto", reconhece Claúdio.Com relação ao suposto apoio, vamos esperar para ver.
domingo, 9 de dezembro de 2007
Passaram o rolo compressor
Em conversa com uma liderança influente do PT, o blog ficou sabendo que não deu em nada os tais recursos que a chapa de Edilson dos Santos, o "Paraíba" a presidente da legenda impetrou na Nacional do partido. Para aliderança, prevaleceu a vantagem acachapante de votos obtida na convenção porMilton Zimmer (187 x57).
Outra situação observada, foi que as três maiores tendências do PT estavam apoiando Milton. Ficou difícil para o Paraíba.Passatram o rolo compressor pro "riba" .
Outra situação observada, foi que as três maiores tendências do PT estavam apoiando Milton. Ficou difícil para o Paraíba.Passatram o rolo compressor pro "riba" .
O posicionamento de JB
Ao postar essa informação, ainda não tenho na mãos o resultado da convenção do PDT, mas, se tudo correr conforme o script, o empresário JB, irmão do secretário de saúde, Evaldo Benevides é o novo presidente da legenda.
A eleição de JB à presidência do PDT pode ser entendida de duas maneiras. A primeira é que o partido viverá novo tempo, com mais independência e sem o atrelamento que caracterizou a legenda, que foi um mero apêndice do PT nos últimos três anos, sem vez e voz dentro da admijnistração, lutando desesperadamente para manter os espaços conquistados no passado.
JB é favoprável inclusive a uma candidatura própria a prefeito (o nome seria o dele), mas é bom ir devagar com o andor. Dentro do partido tem uma corrente que não abre mão das benesses do poder. Há outra leitura, também no campo da suposição. É que a pretensa candidatura de JB, no fundo seria apenas um balão de ensaio para valorizar o partido no momento da negociação (quem sabe se não pinta a vice?) Como eu disse, tudo no campo da suposição.
A eleição de JB à presidência do PDT pode ser entendida de duas maneiras. A primeira é que o partido viverá novo tempo, com mais independência e sem o atrelamento que caracterizou a legenda, que foi um mero apêndice do PT nos últimos três anos, sem vez e voz dentro da admijnistração, lutando desesperadamente para manter os espaços conquistados no passado.
JB é favoprável inclusive a uma candidatura própria a prefeito (o nome seria o dele), mas é bom ir devagar com o andor. Dentro do partido tem uma corrente que não abre mão das benesses do poder. Há outra leitura, também no campo da suposição. É que a pretensa candidatura de JB, no fundo seria apenas um balão de ensaio para valorizar o partido no momento da negociação (quem sabe se não pinta a vice?) Como eu disse, tudo no campo da suposição.
terça-feira, 4 de dezembro de 2007
PSOL promoverá encontro
O PSOL, que se prepara para lançar candidato próprio a prefeito, nas eleições de 2008, promoverá o 1° encontrto municipal no mês de janeiro. Confirmadas as presenças do senador José Nery (PSOL-PA) e da ex-deputada estadual e presidente estadual da legenda, Araceli Lemos e o pré-candidato do partido a prefeito.
As duas tendências do PSOL de Parauapebas (Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST) e Ação Popular Socialista (APS) devem sentar para discutir uma unificação. A idéia é que o partido venha unido para enfrentar o poderio do PT. Para o PSOL há muito tempo o PT deixou de representar os trabalhadores e o PSOL está de olho nesse filão.
As duas tendências do PSOL de Parauapebas (Corrente Socialista dos Trabalhadores (CST) e Ação Popular Socialista (APS) devem sentar para discutir uma unificação. A idéia é que o partido venha unido para enfrentar o poderio do PT. Para o PSOL há muito tempo o PT deixou de representar os trabalhadores e o PSOL está de olho nesse filão.
Paradão
Enquanto os partidos se manifestam e começam a se reunir, o PMDB continua paradão, como se a eleição tivesse ganha, ou como se pretendesse se omitir. Como a eleição do ano que vem terá dois cenários (um com Bel Mesquita, outro sem), já era tempo de o PMDB dar alguma sinalização, até para se habilitar a liderar o processo.
A reunião dos demais partidos acaba sendo uma alternativa para uma campanha sem a presença da candidata do PMDB.
A reunião dos demais partidos acaba sendo uma alternativa para uma campanha sem a presença da candidata do PMDB.
Reunião
Hoje, 04,por volta das 17 horas, reunião de seis pequenos partidos (PTC, PSC, PAN, PRB, PRP e PTdoB). Como não poderia deixar de ser, o tema é a conjuntura política atual de Parauapebas e diretrizes a serem tomadas em conjunto vizando uma possível coligação para as eleições de 2008.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2007
Não é verdade
Na semana passada rolou a informação de que o PTC estaria fechado com o ex-deputado Claúdio Almeida (PR), se tornando partido de apoio. Não é verdade. Como se sabe, o PTC tem candidato próprio, no caso, eu, Marcel Nogueira. Evidentemente que essa prá-candidatura pode ser objeto de análise e até retirada, mas não será algo a toque de caixa e sem uma ampla discussão dentro do partido. Na verdade, o PTC procura partidos que fechem com nossa candidatura, que só tem a crescer, principalmente quando se cocnasidera o nosso perfil.
Voltando
Não tem desculpa. O blog ficou sem atualização por puro relaxamento (nessa altura do campeonato não cabe mais as deeculpas básicas de falta de tempo ou outras justificativas), mas em razão dos pedidos de amigos e pelo fato de quie o blog não é mais de minha exclusiva propriedade, estamos voltando. Com o veneno de sempre.
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