“Uma heresia”, disseram alguns desportistas quando escrevi, há cerca de quatro anos que Vila Romana e Beira Rio faziam o grande clássico de Parauapebas. Guardadas as devidas proporções, era como se fosse um Fla-flu, que monopolizava as atenções do mundo do futebol.
É importante dizer que naquela altura o Beira Rio colecionava cinco títulos municipais, sendo o maior vencedor da cidade, enquanto o Vila - apesar da falada grandeza - ainda não havia sentido o gosto de ser campeão, ao contrário, peregrinara pela segundona, daí porque a afirmação de grandeza soara como um absurdo.
Como o passar do tempo, o absurdo de outrora já não parece invencionice de um cronista que ficara maravilhado com o clássico que terminara empatado. O Beira Rio, numa maré de pouco investimento se mandou para a segunda divisão, enquanto o Vila, com uma boa administração continuou seu viés de alta, sendo campeão em 2009 vice e 2010 e novamente campeão em 2011.
O Vila chega ao lugar mais alto do pódio como um time que aprendeu a ganhar, que fez das experiências ruins do passado um trampolim para as conquistas de agora. Ainda que pareça paradoxal, quilometragem em competições esportivas vale muito. No início o Vila formava boas equipes e no final, um pênalti mal marcado, uma bobeira da defesa, um dia de azar e lá se ia o projeto de campeão ladeira abaixo. Por mais de duas vez, a equipe fundada por Benigno Leite, Elder da padaria, Gobila e por esse cronista entregava a rapadura na loteria dos pênaltis. Hoje as coisas são diferentes: o Vila perde quando pode e ganha quando é preciso, como foi o caso desse campeonato, no qual na fase preliminar, perdeu para o Palmeiras por 3 a 2 e na final, contra o mesmo Palmeiras venceu categoricamente por 2 a 1 e comemorou o título.
É certo que o time não foi brilhante em 2011 e nenhum momento lembrou, ainda que vagamente o time envolvente de 2009, quando vencia e convencia, passando por cima de todos os adversários.
O time de hoje é recheado de craques, do goleiro ao ponta esquerda, mas ficou devendo aquele futebol, que por exemplo, o Palmeiras jogou. No dizer dos boleiros foi um time que não deu liga. A favor desse time, a vocação pela vitória, ainda que ela teimasse em se esconder. No final, prevaleceram essa vocação e a festa de uma torcida que cresce a cada dia, com o ficou claro nas arquibancadas do Rosenão.
Um agradecimento a Júnior Chico, Júnior Rondon e Joubert, grandes campeões e remanescentes do título de 2009.
A9artigo publicado no Jornal HOJE - Coluna do Marcel)
sábado, 12 de novembro de 2011
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