"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


sábado, 4 de agosto de 2012

COLUNA DO MARCEL

  Um final de semana inesquecível


 Ainda que tivesse feito uma jura de que não colocaria os pés na Transamazônica, enquanto esta não recebesse pavimentação, na quinta-feira última me vi dentro de uma van para cortar os quase 700 quilômetros que separam Parauapebas de Altamira do Xingu.
    

O motivo era justo, aliás, mais do que justo, justíssimo. O irmão caçula da família, na flor dos seus 37 anos abandonava a vida de solteiro juramentado para formar uma nova família com Laila Pires, uma bonita e competente garota, que conseguiu transformar um solteiro inveterado como o mano Toninho numa exemplar aprendiz de chefe de família. .
    

Os dois merecem a crônica da semana, pela alegria de viver que ostentam no ápice da juventude, pela bela acolhida, por serem uma casal bem resolvido sem as neuras dos que já dobraram o cabo da Boa Esperança.
    

O casório teve como pano de fundo o fato de que a família se reuniu quase que por inteira (isso não acontecia há nove anos). De repente, não mais do que de repente, o jequitibá frondoso, que atende pelo nome de Manoel Bento, na flor dos seus 99 anos, bem acompanhado da progenitora Diana Nogueira com os filhos, Ruth, Daniel, Uriel, Samuel, Miriam, o noivo Otoniel e esse cronista. Todos reunidos para a clássica fotografia, que terei o imenso prazer em publicar posteriormente.
    

No dia seguinte, sob o olhar generoso do rio Xingu, a família, juntamente com umas duas dezenas de convidados se recolheu numa ilha de propriedade do nosso irmão mais velho e a alegria, o dia agradabilíssimo foi uma espécie de homenagem à natureza amazônica, aos pés da barragem de belo Monte.
    

Ainda iria me refestelar na  cadeira preguiçosa da varanda, contemplando a curva do rio, que descortinava alguns ponto das cidade. No outro lado, o roncar característicos dos macacos guaribas anunciando que a tarde se ia e a noite daria  o ar da graça.
    

Respirei fundo. Altamira sempre fora para mim um lugar distante, que me dizia muito pouco, mas, aquele vez fora diferente. O aconchego dos irmãos, o carinho dos meus pais, que não cabiam em si de contentamento,  a vivacidade contagiante do sobrinhos, que se punham moços, enfim, tudo era especial; levaria saudade.
    

Por conta de um temporal inesperado, ainda demoramos na ilha. Os noivos convenientemente já haviam se retirado. A noite era apenas uma criança e eles seguiram no dia seguinte para as Ilhas Margaritas, no caribe venezuelano.
    

Ah! Que coisa gostosa é a juventude despreocupada e com a exata noção de que a vida é infinita.

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