Um final de semana inesquecível
Ainda que tivesse feito uma jura de que não colocaria os pés na Transamazônica, enquanto esta não recebesse pavimentação, na quinta-feira última me vi dentro de uma van para cortar os quase 700 quilômetros que separam Parauapebas de Altamira do Xingu.
O motivo era justo, aliás, mais do que justo, justíssimo. O irmão caçula da família, na flor dos seus 37 anos abandonava a vida de solteiro juramentado para formar uma nova família com Laila Pires, uma bonita e competente garota, que conseguiu transformar um solteiro inveterado como o mano Toninho numa exemplar aprendiz de chefe de família. .
Os dois merecem a crônica da semana, pela alegria de viver que ostentam no ápice da juventude, pela bela acolhida, por serem uma casal bem resolvido sem as neuras dos que já dobraram o cabo da Boa Esperança.
O casório teve como pano de fundo o fato de que a família se reuniu quase que por inteira (isso não acontecia há nove anos). De repente, não mais do que de repente, o jequitibá frondoso, que atende pelo nome de Manoel Bento, na flor dos seus 99 anos, bem acompanhado da progenitora Diana Nogueira com os filhos, Ruth, Daniel, Uriel, Samuel, Miriam, o noivo Otoniel e esse cronista. Todos reunidos para a clássica fotografia, que terei o imenso prazer em publicar posteriormente.
No dia seguinte, sob o olhar generoso do rio Xingu, a família, juntamente com umas duas dezenas de convidados se recolheu numa ilha de propriedade do nosso irmão mais velho e a alegria, o dia agradabilíssimo foi uma espécie de homenagem à natureza amazônica, aos pés da barragem de belo Monte.
Ainda iria me refestelar na cadeira preguiçosa da varanda, contemplando a curva do rio, que descortinava alguns ponto das cidade. No outro lado, o roncar característicos dos macacos guaribas anunciando que a tarde se ia e a noite daria o ar da graça.
Respirei fundo. Altamira sempre fora para mim um lugar distante, que me dizia muito pouco, mas, aquele vez fora diferente. O aconchego dos irmãos, o carinho dos meus pais, que não cabiam em si de contentamento, a vivacidade contagiante do sobrinhos, que se punham moços, enfim, tudo era especial; levaria saudade.
Por conta de um temporal inesperado, ainda demoramos na ilha. Os noivos convenientemente já haviam se retirado. A noite era apenas uma criança e eles seguiram no dia seguinte para as Ilhas Margaritas, no caribe venezuelano.
Ah! Que coisa gostosa é a juventude despreocupada e com a exata noção de que a vida é infinita.
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