Se fosse parafrasear Nelson Rodrigues, diria que a
vitória de Valmir da integral foi escrita 15 minutos antes do nada.
Os poucos eleitores contrários a acachapante onda
azul, para desencargo de consciência, poderiam dizer que quase ganharam, “se
não fosse o tal do avião”.
Bobagem. O episódio do avião apenas serviu para
enriquecer o já extenso anedotário político. Daqui há 20 anos falarão de um
certo avião que deu voos rasantes sobre o aeroporto de Carajás, ameaçando a
lisura de um processo, que por si só já é cheio de jogadinhas ensaiadas. Para
azar de alguns indigitados, adeptos da máxima de que se a norma é baixa,
pula-se por cima e se for alta, passa-se por baixo, um certo juiz (também
falarão dele) deu um fla-flu certeiro e acabou com a farra do boi.
Evidentemente que alguns fatores precipitaram a
derrocada do PT. As disputas internas, a falta de um nome mais trabalhado e
mais identificado com o município, a administração desastrosa do prefeito Darci
Lermen, a crônica falta de água nas torneiras, enfim, foram tantas bolas fora
que era impossível reverter uma situação que se anunciava perdida desde o
início.
A pá de cal, entretanto, viria com a união com o PMDB.
Aquilo que no início parecia ser a salvação da lavoura se revelou um tremendo
fiasco. Não houve ganho político, ao contrário houve perdas e danos. Se fossemos
colocar na ponta da caneta, o partido da estrela vermelha permaneceu com os
históricos 30% e nada mais. Já o PMDB, que mais uma vez se submeteu a um papel
menor, sendo coadjuvante de uma candidatura escalada para perder se desintegrou
e não conseguiu eleger nem os dois vereadores habituais.
Na campanha, Bel Mesquita, no alto de seus dois
mandatos de prefeita e um de deputada federal foi se apequenando e a aventura
desastrada precipitou sua aposentadoria da política.
Na verdade, tudo que foi escrito nos parágrafos
acima, serve apenas para dar tons diferentes a uma campanha que desde o início
já se sabia perdida para o PT e favas contadas para a coligação liderada pelo
PSD de Valmir da Integral. Sua vitória não foi construída de um dia para a
noite. Ela começou a ser alinhavada nas campanhas eleitorais, nas quais o
empresário concorria e obtinha expressivas votações. Em 2010, depois da
belíssima votação como candidato a deputado estadual, se tornando
primeiro-suplente do PDT, Valmir era tido e havido como a bola da vez.
A partir dali, nada poderia barrar seu caminho em
direção ao casarão do Morro dos Ventos. Sua vitória não foi construída por
marqueteiro, por um forte apoio de corporações partidárias ou mesmo por estratégias
mirabolantes, afinal, o seu metiê foi de caminhadas, reuniões a noite e alguns
comícios. Nada mais.
Não tenho dúvidas que a vitória do Valmir foi por
obra e graça da vontade popular.
Um comentário:
Caro Amigo,
Parabéns pela mensagem, com certeza a vitória do Sr. Valmir foi conquistada pela vontade popular, entretanto não podemos esquecer da garra e obstinação do candidato e também da equipe que acreditou em um propósito maior, pois muitas vezes teve que engolir alguns sapos e superar algumas decepções durante a campanha.
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