A vitória de Valmir – A indignação silenciosa
A vitória tem muitas mães, já a derrota é órfã.
Trocando em miúdos, um pouco mais, se diria que quando o filho é feio ninguém
quer a paternidade. Partindo desse pressuposto, a coluna tentará neste e nos
próximos artigos dissecar nuance e particularidades que resultaram na vitória de
Valmir da Integral.
Evidentemente que a coluna não se arvorará em dona
da verdade, ao contrário, vai se basear apenas naquilo que captou no sentimento
das ruas.
Pra começar, o óbvio. A vitória de Valmir da
Integral estava escrita nas estrelas. Desde o começo já se sabia que os sinos dobrariam
para Valmir da Integral; até as crianças de colo tinham essa consciência. Não
que de repente a população cismasse em dar as chaves da cidade para o “velhote”
como prêmio de consolação pela boa votação de 2010 para deputado estadual, na
qual ele terminou na primeira-suplência. Nada disso, a acachapante vitória do
dia 07 aconteceu por obra e graça de uma indignação silenciosa que desaguou no
mar de bandeiras azuis e numa diferença de quase 20 mil votos.
Deve-se dizer, entretanto, que essa indignação não
surgiu da noite para o dia. Em 2008 quando, quando o desastrado prefeito Darci
Lermen tentou a reeleição já havia um cheiro de revolta no ar. Já naquela
oportunidade o problema da água era gritante e muitos secretários e assessores
já exibiam fortunas recém-adquiridas, lançando uma série de interrogações sobre
a origem, porém, a sua adversária não possuía nenhum diferencial capaz de fazer
um contraponto, de modo que o povo resolveu dar uma nova oportunidade ao
prefeito malino (em parte pela enxurrada de dinheiro que foi derramada na
campanha eleitoral).
Como dizem os mais antigos, o costume do cachimbo
entorta a boca. Ao invés de agarrar a oportunidade não merecida, a
administração petista optou em caminhar pelo caminho do descaso e do pouco
cuidado com os recursos públicos, apostando em um novo derramamento de dinheiro
na campanha de 2012. A estratégia era tão evidente que não se preocuparam em
construir novas lideranças e lançaram um desconhecido a prefeito na certeza de
que a força da grana falaria mais alto.
Como as urnas mostraram nada disso deu certo. De
agora em diante, os próximos gestores deverão se preocupar em trabalhar,
atender as reais necessidades da população. A sonhada longevidade no poder
precisa ser calçada no trabalho.
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