"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


sábado, 3 de novembro de 2012

COLUNA DO MARCEL: Quem vai pagar o preju?



Informações não oficiais dão conta que a OSCIP Bem Viver que há pouco mais de seis meses chegou à Parauapebas para gerenciar as ações da Saúde se mandou do município e o prejuízo pode chegar a R$ 60 milhões. Paralelo a essas informações, os agentes de saúde há mais de uma semana reivindicam melhores condições de trabalho, vale-transporte etc e os médicos ameaçam cruzar os braços porque não receberam os salários do mês de setembro.
Esse é o retrato da Saúde que em 2013 tem um orçamento de R$ 130 milhões, aproximadamente.

Por que uma secretaria que é uma das mais abastadas acumula tantos problemas, quando a lógica seria está voando em céu de brigadeiro? Deve-se dizer em primeiro lugar que a saúde municipal sempre viveu próximo do caos. Com Evaldo Benevides, as coisas, que já não eram tranquilas degringolaram ainda mais. A ascensão de Alex Ohana, que a princípio pareceu uma boa alternativa, se revelou desastrosa. Ao invés de enfrentar os problemas, Ohana, com Afonso Vidinha a tiracolo preferiu entregar a saúde do município a uma Oscip de procedência duvidosa.

No afã de fechar o acordo a toque de caixa, Ohana e Vidinha ignoraram a posição do Conselho Municipal de Saúde que não recomendou a contratação da Oscip e o projeto foi parar na Câmara, onde sofreu forte oposição. Vereadores da oposição bateram duro, a imprensa livre, o PT local, baseado na posição nacional do partido recomendou aos quatro vereadores que votassem contra, entretanto, o projeto passou com folga na Câmara de vereadores, tendo como principal avalista o vereador e líder de governo, Odilon Rocha. Mesmo tendo contra si números, vida pregressa da Oscip e o bom senso, Odilon jogou pesado e saiu-se vencedor.

Hoje, depois dessa enxurrada de lambanças sabe-se claramente que o vereador pode até ter ganhado a parada, mas quem perdeu foi à sociedade.

A constatação é a seguinte: do mesmo jeito que chegou a Oscip se mandou e não deu a mínima satisfação pra ninguém. A aprovação da Câmara foi uma espécie de cheque em branco. Diante do prejuízo e do abandono da saúde, há uma pergunta no ar: quem vai ser responsabilizado, os vereadores que apoiaram a implantação dessa aberração; o secretário de Saúde, que bancou a pataquada, ou o prefeito, que para o bem ou para o mal, é o responsável pelo governo municipal (ainda que Darci Lermen tenha passado o maior tempo batendo pernas)?

Por enquanto, ninguém se apresentou ao delegado. 

Um comentário:

Anônimo disse...

"Hoje, depois dessa enxurrada de lambanças sabe-se claramente que o vereador pode até ter ganhado a parada, mas quem perdeu foi à sociedade".

Sabe Marcel, me admira essa sua ingenuidade. Todo mundo sabe que todo vereador eleito, na verdade, é um Justo Veríssimo ( personagem do Chico Anysio )corrupto declarado. Aliás, chega a ser engraçado que político no Brasil não é chamado de ladrão, mas sim de corrupto(??). Não passa de um ladrão, com o aval da sociedade que se cala, depois de elegê-lo. Desde quando algum vereador de Parauapebas, em qualquer dos governos, se preocupou com a sociedade? Esta OSCIP, TODO MUNDO SABIA que era uma merda, afinal pertence ao Sarney. Insistiram nela. Reclamar o quê?