Cidadania não pode ser clichê de político irresponsável
Ainda que corra o risco de ouvir o lenga-lenga de sempre, de que mal começa o período eleitoral eu me transformo num profeta do caos, um arauto do apocalipse, mas o dever de ofício me obriga a alertar para a necessidade de acertar dessa vez.
A grande verdade é que nesses 23 anos de emancipação político-administrativa o município não levou muita sorte (ou melhor, não foi muito competente para eleger gestores). Com raras exceções, os que aqui passaram ou foram inexperientes demais, simplórios demais, festeiros demais, preguiçosos e irresponsáveis demais. Se o município tivesse tido a fortuna de eleger dois ou três prefeitos de razoável competência estaríamos em outro patamar, com serviços essenciais, como saúde extensiva a todos, educação de qualidade, inclusive com um leque bem maior de cursos superiores, moradia ao alcance de todos, para não falar da água tratada, da pavimentação, do esgoto etc, etc, etc, negligenciados ao longo de quase duas décadas.
Será que ainda estamos na fase de políticos populistas? Será que ainda precisamos ser entorpecidos por discursos manjados, sem pé, nem cabeça, cujo único objetivo é evitar a constatação de que estamos perdendo uma oportunidade histórica de sermos respeitados, não pelo o que arrecadamos, mas pelo o que realizamos? Dilema crucial, principalmente quando as pesquisas nos esfregam na cara que mais de 60% dos nossos trabalhadores não têm o Ensino Fundamental completo. Como ter discernimento diante de um quadro desses?
Cidadania não pode ser clichê de político irresponsável ou mote de campanha eleitoral. Cidade Cidadã não deixa seus munícipes na fila do hospital sem atendimento, não convive com manifestações diárias, por um lote para moradia, ou por melhorias nos bairros. Já é hora de a população saber o real sentido da palavra e apenas para desanuviar, aproveitar a oportunidade e eleger um gestor que tenha a dimensão da grandeza do cargo.
Com quase 250 mil habitantes, Parauapebas exibe demandas típicas de uma cidade que cresce desordenadamente e fica cada vez mais claro que não há mais espaço para a demagogia, ou discursos messiânicos, a lá Antônio Conselheiro, ou coisa parecida. Na verdade, o município necessita de um choque de gestão, um toque gerencial.
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