Na semana
passada, mais exatamente na última sexta-feira, por absoluta falta do que fazer
fiquei até umas horas sapeando pela internet. Depois de atualizar o blog com
algumas postagens de cunho político da cidade, entrei no canal You tube. Um
documentário de Oskar Schindler me chamou a atenção e quando percebi
estava absolvido até a raiz do cabelo na história de um cara que era um poço de
contradição e por linhas tortas salvou mais de 1000 judeus de uma morte certa,
durante o holocausto da segunda guerra. Já conhecia a história, mas, mesmo
assim me emocionei até as lágrimas. Quem quiser ver o documentário ou o filme,
o material está disponível no You tube.
O filme que
tem como título A lista de Schindler, de Steven Spielberg trata do mesmo tema e
como era de se supor, é muito glamourizado, mas, nem por isso soa piegas, ao
contrário, retrata aqueles tempo com muita fidelidade, a começar pelo filme em
preto e branco.
Lembro-me
que no início dos anos 90 (1991, eu acho), viajei para Altamira, para visitar
alguns parentes e recebi como empréstimo duas fitas VHF contendo o filme que
acabara de ser lançado. O filme, legendado em português ganhou sete orcar’s e tinha
quase quatro horas de projeção.
Dois dias
depois continuei minha viagem e já em Uruará, cerca de 200 quilômetros de
Altamira vi pela primeira vez o livro com o mesmo nome. Normalmente, o livro é bem
melhor do que o filme. Esse retrata os pormenores e bastidores da vida do
empresário mulherengo, bom vivant e inescrupuloso, que não raras vezes lançava
mão do suborno para oficiais da SS para alcançar seus objetivos.
O
documentário é mais real e ouve personagens que viveram intensamente aqueles
anos de chumbo em Cracóvia onde o empresário tinha seus negócios que no final
da guerra estavam tão arruinados como a a Alemanha nazista. Para salvar os
judeus da morte certa, Shindeler não pensou duas vezes e dissipou a fortuna dando
dinheiro para os oficiais alemães.
Depois da
guerra ele tentou voltar ao mundo dos negócios, mas jamais conseguiu o mesmo sucesso.
Perdulário, ele gastava tudo com bebidas mulheres e carteado. Em 1968, os judeus
de Shindler criaram uma fundação para que sua memória jamais fosse esquecida e
cuidaram de providenciar seu sustento até o final da vida, em 1974, vitimado
por um enfarto fulminante. Como era eu desejo, os agradecidos judeus
providenciaram a remoção do seu corpo para Jerusalém, onde cercas de 500
pessoas que ele salvara fizeram-lhe uma última homenagem, sepultando-o no Jardim
dos Justos, em Israel.
Schindler
provou que na vida todos podem ser o que quiser, boas ou más pessoas. Ele
escolheu salvar vidas, no momento em que aquelas vidas, aos olhos de quase todos,
não valiam nada.
Em uma das
muitas homenagens que recebera após a guerra ele guardava uma medalha inscrita
assim: quem salva uma vida, salva o mundo.
Um comentário:
Belo texto Marcel Nogueira
Postar um comentário