"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

OPINIÃO - Felicidade, sucesso e que tenham muito juízo



Na próxima quarta-feira (15) acontecerá a sessão solene para início de mais uma legislatura. O ato é tão importante que segundo a liturgia, representantes dos poderes Judiciário e Executivo se farão presentes.

Ainda que  o grosso da população não ligue a mínima para o fato, por considerar dispensáveis os serviços prestados pelos nobre edis, ainda que a culpa seja única e exclusiva dos próprios legisladores municipais, que ao longo do tempo promoveram imensas e variadas pataquadas, daquelas de fazer chorar o mais hilário dos cidadãos, O Poder Legislativo faz parte do tripé que sustenta a democracia, sendo, portanto, imprescindível para o desenvolvimento da cidade.

Constitucionalmente as atribuições do Legislativo (seja ele em nível federal, estadual ou municipal) é legislar, apresentando projetos de lei, emendando algumas leis que caíram em desuso e fiscalizar as ações do Poder Executivo, que por lei administra os recursos municipais. Por conta dessa atribuição, não é de bom tom uma proximidade excessiva desses poderes. Devem ser harmônicos, já que fazem parte de uma mesma engrenagem, entretanto, o conceito de harmonia não deve ser confundido com promiscuidade. 

Talvez por isso, na cerimônia de diplomação, ocorrida em dezembro último, a juíza Eline Salgado e o Promotor de Justiça, Hélio Rubens reiteradas vezes tenham chamado para que o gestor municipal se abstivesse de compartilhar secretarias com vereadores, chamando a atenção para o fato de que eles tinham sido eleitos exatamente para fiscalizar o Executivo e não poderiam de forma alguma fazer parte da máquina administrativa.

O recado foi dado, resta saber se terão bom senso para entender. O prefeito de nomear e os vereadores de exigir. Como conselho é igual a café, toma quem quer...
A saideira. Essa legislatura tem a responsabilidade de apagar a má impressão deixada pela anterior, na qual quarenta por cento dos vereadores tiveram que deixar os cargos com sérias denúncias de irregularidades no trato da coisa pública. Nos anais da história, isso nunca ocorrera, talvez por parcimônia dos vereadores, ou talvez por conta de uma atuação mais rigorosa do Ministério Público que de uns tempos pra cá resolveu endurecer.

Essa tendência veio para ficar, é bom os atores envolvidos entenderem de uma vez por todas. Aqueles que gastaram excessivamente na campanha perceberão que a fase da coisa correr frouxa ficou no passado e se tentarem fazer fora da casinha correm um sério risco de saírem de manhãzinha a bordo de uma multiescura viatura.

Felicidade e sucesso a todos. Tenham juízo. 

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