Um amigo costumava dizer, em tom de chacota que dois ou três políticos reunidos era formação de quadrilha, ou gangue. Maldade à parte, a gente quer dar o desconto, mas a verdade é que eles não ajudam; há sempre jogadas ensaiadas quando grupos são formados.
Para o bem, ou para o mal, a verdade é que sem eles (os grupos) não há politica. Já nos tempos antigos, os césares, os imperadores cultivavam os séquitos, quase sempre formados por amigos de infância ou da adolescência. Mal comparando, o mesmo acontece ainda hoje com jogadores de futebol, que mal saem do país, levam uma trupe numerosa para contar piadas sem graça, cantar pagode e soltar pum nas festas.
Mas, voltando para o metiê local, desde os inícios os grupos dão as cartas por essas bandas. Independente da maneira de atuar, o objetivo é sempre o mesmo: a manutenção do poder. Ainda que vez por outra surgissem os insurgentes, o objetivo era ficar á sombra do poder. A máxima de que “bom não era ser o rei e sim o amigo do rei” proliferou de tal maneira que muita gente boa deitou e rolou por 10, 15 anos e nunca foi candidato a nada. Caso fossem, as urnas iriam dizer que eles era líderes apenas deles mesmo.
Tinham aqueles dos primórdios que eram maquiavélicos, amaciavam para dar o golpe fatal. Cascavel perdia feio. Muita gente ficou rica e muita gente caiu em desgraça, o que mostra que às vezes quem puxa o saco é o mesmo que vai puxar a carroça.
Hoje a gente vê grupos solidificados, chapa branca, de boca aberta nas tetas da viúva. A exemplo do que aconteceu no passado, também nadam de braçada. Deixaram as salas de aula, deixaram as quermesses da igreja e estão refestelados. Não há mais bicicletas, o negócio agora é carrão de luxo.
A praga é que estão condenados a viverem feito cães e gatos e se digladiam a vida toda. Se dizem grandes amigos, mas na calada da noite é furada de olho na alta. Não é a toa que dizem que eles só se unem na desgraça.
Hoje tentam formar novos grupos. Modestos sem a mesma experiência saracoteiam pra lá pra cá. Do grupo antigo apenas o gosto pelo puxa-saquismo. Talvez por isso já receberam o veredito dos que se dizem cientistas políticos. Para estes, o futuro dessas coalizões não vale mais do que uma masca de fumo ruim.
São trabalhadores da política, mas o futuro pode os resumir a um monte de deslumbrados, amantes do alheio, ou gente que se preocupam com o desenvolvimento do município. É difícil acreditar na última possibilidade, mas, como diz o poeta, a esperança é equilibrista, pode ser que saia um bom samba desse enredo.
(artigo publicado no HOJE - Coluna do Marcel)
sábado, 16 de julho de 2011
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