Centenas de trabalhadores rurais, vindos da região conhecida como “Contestado”, ocuparam as dependências da empresa Rede/Celpa, concessionária de energia.
A manifestação ocorreu hoje, 28 na sede da empresa, na Cidade Nova. Vários veículos usados no transporte dos trabalhadores rurais ocuparam a rua D, interrompendo o tráfego.
Os manifestantes reivindicam energia para a região. Segundo as informações colhidas, oito projetos agrícolas, ainda não foram contemplados com o programa do governo federal, Luz para Todos.
Os manifestantes reivindicam energia para a região. Segundo as informações colhidas, oito projetos agrícolas, ainda não foram contemplados com o programa do governo federal, Luz para Todos.
Os moradores dos PAs Alto Bonito, Railândia, Matinê, Terra Roxa, Gameleira, Barro Preto, Pa do Meio e União reclamam que nessas localidades o Luz para Todos nunca chegou. Não há posteamento e muito menos a fiação. Já em outros assentamentos, como Santa Maria, Boa Sorte, Beira Rio, Pa Carimã, todos da região do Contestado há energia elétrica, mas, a constância deixa muito a desejar. A média da interrupção do fornecimento é de quatro dias por semana.
Outra reclamação dos moradores da zona rural é que a tarifa que deveria ser subsidiada pelo Poder Público é semelhante a cobrada na zona urbana, “eu estou pagando R$ 186,00 e além da bomba do poço, só tenho uma televisão, uma geladeira e uma tanquinho de lavar roupa”, afirmou um morador.
Evaldo Melo Catanhede, presidente da Associação dos Produtores Rurais do Assentamento Santa Maria e um dos líderes da manifestação retratou a situação da região, “ em termos de energia falta quase tudo e o que foi feito é de má qualidade. A nossa preocupação é que o programa Luz para Todos se encerra agora em 2010 e só deve ser retomado após as eleições do novo presidente da República. “Para nós é um prejuízo enorme ficar todo esse tempo sem energia”. Para ele, energia representa qualidade de vida e o beneficiamento de produtos agrícolas, como polpas de frutas e fabricação de farinha de mandioca, entre outros. Na entrevista, o líder rural enfatiza que a população nunca teve uma energia de qualidade, “desde quando foi iniciado sempre foi feito de forma lenta, “estamos com nove assentamentos fora da programação e o que existe é de má qualidade, com registro de até 15 dias sem energia”.
Ocupação – A ocupação na sede da empresa prosseguiu até as 14 horas. Um documento assinado por Aguinaldo Souza Oliveira, gerente de Eletrificação Rural da Rede/Celpa, garantiu que estava liberada uma verba de R$ 22 milhões para realizar os serviços de eletrificação rural nos oito assentamentos que ainda não foram contemplados e nos demais que apresentam deficiência. A previsão é que no início de junho os serviços sejam iniciados.
O movimento planeja ainda uma viagem para Belém para conversar pessoalmente com o diretor da Celpa. O objetivo é incluir outros assentamentos na programação do Luz para Todos.
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