"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


domingo, 1 de janeiro de 2017

COLUNA DO MARCEL - De repente Tião Miranda desistiu de desistir




Nesse momento que escrevo a sessão que dará posse a Tião Miranda o prefeito eleito de Marabá, juntamente com seu vice, Toni Cunha está em curso. Em outras palavras, apaga tudo o que foi veiculado nos jornais, blogs e sites de Marabá e região. Tião que tinha desistido de ser prefeito de Marabá, chegando a entregar a carta de renúncia, desistiu de desistir.

O tema teve grande repercussão na região porque mexeu diretamente com a vida política de Parauapebas, uma vez que Gesmar Rosa da Costa, como primeiro-suplente da coligação de Tião Miranda seria o grande beneficiado, assumindo a cadeira na Assembleia Legislativa.

De repente, não mais que de repente, eis que surge o problema, mas... ‘pera’ lá cara-pálida , de repente? Como de repente, se há cerca de um mês já corria nos bastidores da política que Tião Miranda poderia dar um cavalo de pau e continuar arranchado na Assembleia, liberando a prefeitura de Marabá para o vice, Toni Cunha.  Ele alegava
depressão pós 2012, entretanto, tudo era tão sem sentido que todo mundo se recusava a considerar essa possibilidade.

Considerando que ele continue depressivo, até porque ninguém se cura de uma depressão de uma hora pra outra, principalmente quando a dita cuja persiste desde o final da eleição de 2012, deve se analisar outras possibilidades.

A primeira é que a sua ausência na posse poderia ensejar uma série de ações na Justiça Eleitoral, e não seria garantido o mandato definitivo do vice, Toni Cunha. Há vários entendimentos de juristas, uns a favor da legalidade do ato, afirmando de que ele estaria renunciaria a posse e que o vice poderia ser empossado sem problemas, no entanto há os que julguem que ele não poderia renunciar  o que ainda não tinha, já que o mandato só passaria existir após a posse.

Outra vertente que não pode ser desconsiderada acha que o deputado renitente tentou fazer uma grande jogada, ganhando a eleição de Marabá, sem abrir mão das prerrogativas de deputado. Para isso se utilizou do vice. Na prática ele seria o prefeito de fato, enquanto exercia o mandato de deputado de direito.  Talvez Tião tivesse voltado atrás ao perceber que quando as coisas ficam grandes demais não há controle sobre nada. Ele assumiria um desgaste político enorme, e talvez o vice, que fora escalado para ser marionete, não fosse tão marionete assim.

Por último e eu sou um dos que vai nessa vibe, o que fez Tião Miranda mudar de ideia e tomar posse foi uma pressão, mas uma senhora pressão de Belém. Explico: Tião é base do governo e um dos homens de confiança de Jatene. A sua renuncia poderia até beneficiar Toni Cunha, o vice, mas politicamente seria um desastre para a base de apoio de Jatene no chamado corredor de Carajás. Hoje em dia o PMDB comanda as prefeituras dessa microrregião. Curionópolis, com Adonei Aguiar; Canaã, com Jeová Andrade e Parauapebas com Darci Lermen. Ora, a única possibilidade de o governo estadual ter a chamada presença do PSDB/PSD na região seria com a subida de Gesmar para a Assembleia. Ele seria o elo que estava faltando e a possibilidade de vitórias eleitorais no futuro.

Falando em Gesmar, depois de algumas intempéries, vai assumir o cargo, que a bem da verdade já deveria ter assumido há muito tempo. Parauapebas perdeu horrores com sua ausência na Assembleia, a começar pela perda do ICMS.

Finalmente o pão do pobre caiu com a manteiga virada pra cima.  



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