Trabalho dos agentes ambientais - alerta amarelo
É como se fosse uma batalha que não tem fim, com a intensificação do período chuvoso intensifica-se também o combate ao mosquito aedes aegypti, responsável pelas manifestações de doenças como a dengue, zika vírus, chicungunya e até a febre amarela.
Nesse período, 88 agentes da vigilância ambiental percorrem cerca de 70 bairros da zona urbana, ale, das comunidades rurais. Missão: conscientização da população e eliminação dos possíveis focos e criadouros do mosquito. Apesar de os procedimentos de segurança para não deixar o mosquito se proliferar, serem conhecidos pela população, ainda é comum encontrar focos do mosquito na áreas urbanas e até na zona rural.
Para Mickael Gross, coordenador da Vigilância Ambiental diversos fatores contribuem para que o combate ao mosquito e as doenças que ele provoca se torne uma luta constante. “A nossa população ainda tem hábitos que facilitam a vida do aedes aegypti. Tambores, recipientes de água deixados sem tampa, caixas d'água, uma casca de ovo quebrada, garrafas com a boca para cima, fossa, ou até um depósito de água perto do motor da geladeira, qualquer coisa que possa acumular água é um criadouro em potencial”. Gross chama a atenção para outra situação que se tornou recorrente. “Com a crise econômica da cidade, muitos trabalhadores ficaram desempregados e tiveram que ir embora deixando as residências vazias e isso dificulta o trabalho do agente, que não tem acesso a esses locais que podem esconder o mosquito”, diz.
O mosquito - O termo Aedes aegypti tem na sua origem grego-latina que na nomeclatura algo relacionado a mosquito do Egito, onde supõe-se ser a sua origem. É uma espécie de mosquito da família Culicidae proveniente da África, mas hoje em dia está presente em quase todo mundo, especialmente em regiões tropicais e subtropicais, sendo dependente da concentração humana no local para viver.
O mosquito está bem adaptado a zonas urbanas, mais precisamente ao domicílio humano. O seu controle é difícil, por ser muito versátil na escolha dos criadouros onde deposita seus ovos, que são extremamente resistentes, podendo sobreviver vários meses até que a chegada de água propicie a incubação. Uma vez imersos, os ovos desenvolvem-se rapidamente se transformam em larvas, que dão origem às pupas, das quais surge o adulto. Como em quase todos os outros mosquitos, somente as fêmeas se alimentam de sangue para a maturação de seus ovos.
Atualmente, foi descoberto que a fêmea não se reproduz somente em água limpa e parada, pelo contrário. O mosquito pode se reproduzir em águas com altos níveis de poluição, como o esgoto por exemplo.
O Aedes aegypti foi introduzido na América do Sul através de barcos provenientes de África. Nas Américas, admite-se que sua primeira colonização sobre o Novo Mundo ocorreu através dos navios negreiros no período colonial junto com os escravos. No Brasil, o Aedes aegypti havia sido erradicado na década de 1950; entretanto, nas décadas de 1960 e 1970, ele voltou a colonizar esse país e permanece até hoje.
Parceria com a população – A Secretaria de Saúde entende que o caminho mais fácil para chegar ao sucesso na luta contra o mosquito é a parceria com a comunidade. Cuidados básicos como cobrir a caixa d'água, não deixar pneus velhos no quintal, não acumular água no jarro de plantas são fundamentais.
No último Levantamento de Índice Rápido de Aedes (LIRA), obrigatório em todos os municípios com mais cinco mil habitantes, de 07 a 13 de janeiro, acendeu-se a luz amarela. O índice medido em novembro do ano passado, que era de 2,6% de incidência, subiu para 5,4%. Em outras palavras, de cada 100 residências visitadas pelos agentes um pouco mais de cinco foi verificada a presença do mosquito. Estado de alerta, principalmente em algumas localidades como Palmares I e II, Liberdade I, Altamira e outros bairros próximos de florestas ou cursos de água.
A luta é infinita, mas se a cidade abraçar a causa, ela será a grande beneficiária.
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