Em uma cidade onde cerca de um terço da população convive há quatro com um odiado racionamento, outro terço com água uma, ou duas vezes por semana, enquanto o restante que reside nos bairros periféricos nem sonha com água na torneira e depende do abastecimento de água dos caminhões-pipas para fazer frente as necessidades domésticas, soa como um acinte a venda de água potável para lava-jatos da cidade.
Pois é isso mesmo que tem ocorrido. Um documento entregue à redação do jornal HOJE coloca a nu uma situação que beira ao acinte, principalmente quando se considera as dificuldades para a população conseguir o líquido vital.O documento é assinado por uma engenheira dos Serviços Autônomos de Água e Esgoto de Parauapebas (SAAEP) e autoriza expressamente o abastecimento de água potável a um lava-jato do bairro da Paz. Segundo a fonte a venda de água para os lava-jatos é recorrente na SAAEP. A autorização mostra 10 mil litros são vendidos a R$ 97,10.
Implantado em 1997 em Parauapebas, o sistema de distribuição de água durante muito tempo contemplou toda a cidade. No início do primeiro mandato do atual prefeito Darci Lermen e com a expansão da cidade, descobriu-se que a água não dava para todos e que era necessário ampliar a oferta de água. Era preciso que fosse instalado o sistema de rodízio. Anunciado com uma solução provisória, o racionamento foi ficando e hoje já faz parte da vida da cidade.
Nesse período foram gastos cerca de R$ 20 milhões para aumentar a capacidade de oferta de água, que não funcionou.Os bairros novos uma iniciativa que só se conhecia pelos noticiários da TV passou a fazer parte do cotidiano de Parauapebas.
A distribuição de água por meio de caminhões-pipas. Além da solução ser deficiente a população dessas áreas reclamam que a demanda é infinitamente maior do que a oferta, o que tem gerado insatisfação por parte das comunidades. Diante disso, chega a ser imoral a atitude da SAAEP, que não consegue atender a população com água e mesmo assim vende água tratada para a lavagem de carro.
Na quarta-feira, na parre da tarde, a reportagem esteve na SAAEP para receber esclarecimentos, mas foi informada na portaria que não havia ninguém na autarquia e que não havia plantão após às 14 horas.
3 comentários:
Sou leitor do jornal HOJE e do seu blog, porque admiro a sua coragem em falar esses assuntos, Darci é um prefeito fraco porque não manda em nada na prefeitura e todo mundo faz o que quer. Vender água para lava-jato, enquanto a população não tem água nem para beber é o fim.
Paulo Henrique
Não vejo nada demais. è dinheiro que entra no cofre da prefeitura.
Talvez o anônimo não tenha percebido que o que está em jogo nesse caso não é a grana, até porque se formos colocar na ponta da caneta, esses reais não vão tornar a prefeitura mais rica ou mais pobre, o que estamos falando é do contrasenso. Enquanto milhares pessoas não têm água nem para beber, acontece o desfrute de se vendar água "potável" para lava-jato. Têm coisa que pode até ser legal (não sei se esse é o caso), mas com certeza é imoral e e sendo imoral fere o pricípio constitucional da moralidade na coisa pública.
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