"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Para ficar na história

Não foi a toa que quase três mil pessoas abarrotaram as arquibancadas do “Rosenão”, na tarde-noite do domingo. O jogo entre Vila Romana e Dallas não decepcionou e quem foi ao estádio viu uma grande partida de futebol, dessas que devem entrar para a história.

Viu um Dallas aguerrido e disposto a ir à forra da finalíssima de 2009, quando enfrentou e perdeu para o mesmo Vila que enfrentaria no domingo. Sem uma equipe  que se ressentia de Nonato e Bombom, o Dallas fez da marcação e da velocidade armas poderosas, que fustigaram o Vila durante todo o primeiro tempo e se saísse para o intervalo com dois ou mais gols de vantagem não seria de todo exagerado.    

Quem foi ao estádio viu um Vila, superior tecnicamente em todos os setores, principalmente no segundo tempo, mas, ainda assim, sem pegada, sem a ânsia de ser campeão. Se diria até que o Vila jogou com a empáfia dos que se julgam superiores. Por conta disso, deixou um jogo que normalmente seria seu, se arrastar indefinidamente, até que tomou um gol aos 13 minutos do segundo tempo e teve que sair quase no desespero, em busca do empate. O pombo sem asas de Mauro, desferido da intermediária contou com uma pequena ajuda do goleiro Tiago, que tentou encaixar, quando o correto seria espalmar para escanteio. Menos mal que o incansável Nego conseguiu empatar, num belo chute de fora da área, deixando a partida com um placar mais adequado e mais justo.

Para deixar o clima nas alturas, a loteria dos pênaltis, sorriu para o Dallas, que a bem da verdade mostrou que queria  muito mais do que o Vila. No domingo vimos que o medo de perder tira a vontade de ganhar, enquanto a vontade ganhar tira o medo de perder, mesmo que seja um time mais acanhado, tecnicamente falando.

Depois da primeira rodada de penalidades, a igualdade persistia e foi preciso os alternados para que o público que lotou o Rosenão conhecesse o campeão.

O título do Dallas acabou sendo justo, entretanto, também seria justo se a sorte tivesse sorrido para o Vila, mas, pensando bem, foi melhor assim. O vila ganhou em 2009 e o Dallas em 2010. Ninguém deve nada a ninguém e o ano que vem é a “negra”.

No geral ficou assim. Tirante algum torcedor do Vila que voltou para casa chateado, todo mundo gostou, afinal fazia tempo que o estádio não recebia um público tão expressivo.

Artigo publicado no jornal HOJE – Coluna do Marcel

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