A ebulição
urbana de Parauapebas é tão flagrante que a máxima de que a cidade dobra de
tamanho a cada cinco dias é a mais cristalina verdade. Parafraseando Nelson
Rodrigues, poderia se dizer que nunca, em tempo algum houve uma cidade como
Parauapebas e caso os fatos dissessem o contrário, pior seria para os fatos.
Tudo aqui
precisa necessariamente ser superlativo, caso contrário corre o risco de já
nascer estrangulado, como aconteceu, por exemplo, com a rodoviária que será
demolida para a construção de outra mais ampla e moderna (se não for agora,
será nos próximos anos).
Diante
disso, uma pergunta: viram a imponência do novo prédio do Legislativo? Olhado
com reticencia no início dos trabalhos, talvez pelo entendimento de que a
localização era muito contramão, como se a turma do amendoim, que povoou por
décadas os corredores do Legislativo fosse a dona da verdade. Na verdade, a
trupe do cafézinho, talvez por olhar para o próprio umbigo não tenha percebido
que o Beira Rio II, bairro onde o edifício tingido de azul está localizado seja
bem mais centro do que a Cidade Nova, que com o crescimento da cidade para os
lados de Curionópolis, deixa de ser o centro da cidade (se não o é pela questão
econômica, é periferia no aspecto geográfico).
A efervescência
verificada, por ocasião da inauguração da nova Câmara trouxe à tona esse
conceito de moderno, de vanguarda, de fervor cívico dos vereadores, que não se
fizeram de rogados e chamaram para si todos os méritos (com razão, deve-se
dizer). Pra fechar, o evento ainda deu uma lustrada no orgulho da população.
Lá dentro,
coral da prefeitura, um rega-bofe da melhor qualidade e os discursos decoreba
com ares de “já me vou”, além das mulheres bem vestidas, como se a sede do
Legislativo fosse uma imensa passarela. Lá fora, um monte de gente fazia a sua
própria programação, ignorando o que rolava no auditório para 600 pessoas.
Animados bate-papos e um monte de novos frequentadores a saracotear pelos
corredores. Chique no último.
Um brilho
capaz de se rivalizar com as luzes da PA-275. Está convencionado. A partir de
agora está proibido a construção dos famosos “puxadinhos” que fizeram parte das
ações rotineiras de alguns governantes.
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