Até o fechamento desta matéria, ontem à tarde
(quarta-feira), milhares de consumidores de Parauapebas ainda penavam com a
falta de água tratada nas torneiras de suas residências e comércio, por conta
do rompimento de uma adutora localizada no cruzamento das ruas Cristo Rei e
Santa Helena, no Bairro Rio Verde, ocorrido na madrugada de domingo (2). Os
bairros mais atingidos com a falta de agia foram Rio Verde, Cidade-Nova, União,
Liberdade e Primavera.
Esta não foi a primeira vez que a adutora principal de
distribuição de água se rompe na cidade. A alegação do órgão responsável pela
distribuição de água sobre os constantes rompimentos da tubulação é que a mesma
foi construída com fibra de amianto, material já bastante obsoleto.
Na terça-feira (3), a coordenação do Serviço Autônomo de
Água e Esgoto de Parauapebas (Saaep) distribuiu nota à imprensa, informando que
a conclusão dos serviços de reparação da tubulação ocorreria dentro de 24
horas, mas até ontem (4) à tarde muitos consumidores ainda continuavam sem o
preciso líquido.
O problema da falta de água tratada em Parauapebas já vem de
longos anos. O atual prefeito do município, em seu primeiro mandato, ampliou o
serviço de captação, tratamento e distribuição de água, mas a situação até hoje
não foi resolvida, uma vez que a falta do precioso líquido ocorre todos os dias
em vários bairros da cidade.
A prefeitura construiu no Bairro Liberdade II uma nova
estação de captação, tratamento e distribuição de água, com a promessa de
solucionar o problema de água na cidade. A obra foi concluída há mais de três
anos, mas o sistema nunca funcionou, deixando a população penando com a falta
do precioso líquido nas torneiras.
RECLAMAÇÕES
O pedreiro Raimundo Espírito Santo, residente na Rua
Amazonas, Bairro Rio Verde, diz que nestes três dias sem água na torneira já
perdeu a conta de quanto gastou na compra de água mineral para utilizar nos
serviços básicos de sua residência, uma vez que ele e seus vizinhos não possuem
poços para tirar água, quando falta em casa.
“Isso é uma vergonha para os setores responsáveis pelo
serviço de fornecimento de água, pois é constante o rompimento de cano, sem
falar nos rodízios no fornecimento de água em bairros da cidade”, dispara o consumidor.
Quem também protestou contra as repetidas faltas de água
tratada em sua residência foi a dona de casa Esmeralda Mourão de Sousa,
residente na Rua 5, Bairro Primavera, afirmando que um dos filhos dela deixou
de ir à escola porque não havia água para ela lavar a farda do estudante.
Outro que falou à reportagem sobre o problema foi Hélio
Gonçalves Pinheiro, residente na Rua Olavo Bilac, Bairro Liberdade II. “A
prefeitura construiu uma estação de captação e tratamento de água aqui no
bairro, mas o sistema nunca foi inaugurado, e por isso a gente vem penando com
a falta do produto”, lamenta.
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