"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


sábado, 4 de setembro de 2010

Os tempos iniciais do “Rosenão”

No final dos anos 80, quando o campo do Terra Seca dava os últimos sinais de  vida, no meio esportivo já se sabia que com o crescimento da cidade, o campo da Cidade Nova, que por muito tempo abrigara as partidas de futebol seria tomado por prédios, como de fato acontecera.

Por exclusiva falta de alternativa, os desportistas tiveram que atravessar o “Sebosinho” e se instalar numa quinta coberta de capim colonião. A área, adquirida há pouco tempo pelo administrador do então distrito de Parauapebas, Sebastião Maria de Moura era para o futebol mesmo, mas não tinha nenhum tipo de estrutura. A bem da verdade, o local nem cercado era. Uma imensa capoeira, com muito cocô de vaca veio fazer as vezes de campo de futebol.

Para quem estava acostumado com a poeira e a lama do Terra Seca não haveria problema em se acostumar com aquele local escondido, no qual as partidas de futebol, muitas vezes eram interrompidas  para a passagem de algumas vacas.

Quem vê o “Rosenão” de  hoje, iluminado e que já recebeu grandes randes partidas do campeonato paraense nem de longe imagina que para chegar ao campo era necessário se equilibrar numa pinguela de dimensões reduzidas. Naqueles tempos as pontes do Liberdade ainda não existiam.

Boa parte dos veteranos de hoje, como Nonato, João Luís, Professor Luís, Azulão, Expedito, Charles, Benigno, jogaram no incipiente “Rosenão”.

Naqueles tempos, o local só era freqüentado por uma meia dúzia de peladeiros que teimava em desbravar o lugar e nos finais de semana, pela arraia miúda que pelos trilheiros do pasto, seguia em direção a ilha, que desde aqueles tempos já era chamada de Ilha Tropical.
No final da tarde, enquanto se desenrolava o futebol, uma procissão de banhistas encharcados até o talo de 51 fazia o caminho de volta. Não raras vezes os porres homéricos terminavam em tragédia. Afogamentos e brigas de facas eram muito comuns naqueles tempos iniciais, mas a  Ilha  nunca deixou de ser freqüentada e até hoje é refúgio das classes mais humildes.

Enquanto a área do antigo “Cortinão” (hoje Liberdade) não foi adquirida e distribuída para a população mais carente (o que só veio acontecer na administração do Chico das Cortinas), o campo foi apenas um descampado. Faisal construiu as primeiras instalações e o atual prefeito Darci Lermen deu o toque final a uma das melhores praças do interior do Estado.

(Artigo publicado no HOJE, 427 – Coluna do Marcel)

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