"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


domingo, 29 de abril de 2012

Pássaro raro recebe tratamento no Parque Zoobotânico Vale



O Parque Zoobotânico Vale (PZV) está cuidando de mais uma espécie rara: o Uiraçu-falso. Popularmente conhecido como gavião-real-falso, o pássaro é considerado ainda mais raro do que seu famoso parente. Apreendido pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e levado ao Parque pelo ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade ) o Uiraçú-falso está recebendo cuidados para tratar os maus tratos sofridos. "Ele chegou com as penas opacas e com fratura na asa direita. Esta lesão provavelmente é irreversível, mas apesar de não voar, o animal poderá ainda fazer parte de programa de reprodução em instituição especializada no tema", explica o supervisor do Parque Zoobotânico Vale, André Mourão.

Enquanto passa pelo tratamento, a destinação do Uiraçu-falso está sendo definida pelo ICMBio que pretende deixá-lo sob os cuidados de um criador conservacionista com experiência em reprodução. "Mesmo fora da natureza este indivíduo poderá contribuir para a conservação da espécie, tanto pelo conhecimento genético quanto pela possibilidade de reprodução em cativeiro, pensando na geração futura para projetos de reintrodução", avalia Frederico Martins, chefe do ICMBio na Floresta Nacional de Carajás.

Esta espécie mede entre 81 e 91cm, sendo as fêmeas maiores que os machos. Apesar de ser muito parecido com o gavião-real, a diferença com o Uiraçu-falso é percebida pela plumagem e penacho diferenciados. Ambos estão incluídos no Programa de Conservação do Gavião-real (PCGR), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa). Em dez anos de projeto foram mapeados mais de 60 ninhos de harpia e apenas seis de Uiraçu-falso.

"As pessoas por acharem que o animal pode se alimentar de qualquer coisa e por ter total desconhecimento em relação as necessidades reais das espécies, acabam causando malefícios a eles", relata André Mourão. Graças a parceria do ICMBio com o Parque Zoobotânico Vale alguns conseguem ter uma segunda chance de sobreviver. "Neste caso, a parceria é fundamental para garantir o pronto atendimento e os cuidados necessários para animais retirados da natureza com uma estrutura de muita qualidade, sendo possível a destinação de que estamos falando", avalia Martins. "Se não fosse o atendimento prestado pelo PZV este animal provavelmente não resistiria", completa.

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