"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


sexta-feira, 6 de julho de 2012

COLUNA DO MARCEL

   O homem da mala preta

Uma campanha eleitoral é feita de ideias, propostas, de sangue suor, lágrimas e uma boa dosagem de bandalheira, entretanto, engana-se quem apenas esses ingredientes dão o tom de uma disputa eleitoral. Em campanha eleitoral o homem da mala preta costuma dar o ar da graça. Figura folclórica e sem rosto, o homem da mala preta é como chifre: todo mundo sabe que existe, mas ninguém vê. Dizem que ele tem R$ 10 milhões pra gastar só na fase do esquenta, mas, provar com certidão passada, quero ver quem prova.
    

Há alguns dias atrás o danado teve a ousadia de pegar um avião e desembarcar em Belém. Missão: foi subornar um presidente estadual de um determinado partido para que este mudasse de posição e aceitasse fazer uma composição contrária ao desejo da maioria dos filiados em Parauapebas. Não se sabe o que foi prometido, mas o certo é que a direção estadual mudou de ideia, para dias depois retroceder  novamente e abandonar o homem da mala. Das duas, uma, ou a direção estadual foi acometida de um tardio sentimento de culpa, ou o homem da mala prometeu mas não cumpriu. A segunda hipótese tem tudo a ver.
    

Mesmo o melhor  homem da mala   às vezes dá com os burros n'água, mas o importante e não desanimar. Menos de uma semana depois, cá estava o dito cujo a azucrinar as ideias dos coitados dos presidentes e diretores de partidos, que passaram quase oito anos a pão e água, comendo o pão que  o bicho ruim amassou com o rabo. O que foi tratado já faz parte do folclore, mas dizem à boca pequena que quem viu as onças saltitando dentro da retromencionada mala quase caiu de costas e foi preciso ir direto pra água com açúcar.  Apesar de todos os esforços, os resultados do cidadão não têm sido muito animadores. Não se sabe se o cara está perdendo o jeito, ou se ninguém confia de deixar para depois a maior parte do acordo, mas o certo é que os resultados são pífios. Tirando o partido da pechincha e sua chefia platinada e a Jordilândia, só arraia miúda.
    

A existência dessa figura nefasta e que trabalha nas sombras pode até enriquecer o anedotário da política local, mas algumas indagações e outras considerações precisam ser feitas. A primeira indagação é elementar, ainda que muitos a julguem desnecessários e até hilárias, mas, de onde vem mesmo essa grana que faz a alegria platinada. Se for do bolso de algum milionário excêntrico que se alegra em torrar seu dinheiro da maneira que bem lhe aprouver, ok, tudo bem, entretanto, se sair dos cofres públicos a coisa muda de figura e essa figura alegre e saltitante deveria passar uma boa temporada na cadeia.
    

O que se sabe desse moço, que hoje ostenta o codinome de homem da mala preta é que há quase oito anos ele andava num velho Fiat Uno velho, ou de bicicleta. Hoje é figura obrigatória nos aeroportos da vida e adora se empanturrar de vinho nos melhores  restaurantes do país. 
    

Até onde se sabe, essa estranha personagem nunca ganhou na loteria, não é herdeiro de um mega milionário e nem é um empresário emergente.
    

Bicho miserável. Será que não cansa de dar esmola com o dinheiro alheio?

3 comentários:

Anônimo disse...

é algum laranja responsável pela formação do Caixa 2 do Darci???

Luís Henrique disse...

Parabéns Marcel pela crônica, com certeza uma das melhores que vc escreveu.

Anônimo disse...

Muito Boa...o Homem da mala ou comprador de sonhos. Na época da Bel ele tinha o nome de Welney hj ele tem outro nome.