"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


sexta-feira, 25 de junho de 2010

Viagem sem sentido e fora de hora

Como se participassem de um alegre piquenique, os nossos vereadores (menos Faisal, do PSDB e Raimundo Vasconcelos, do PT) pegaram a estrada, rumo a Marabá na última terça-feira. Foram participar do lançamento da siderúrgica de Marabá e fazer parte de um imenso cordão que se esmerou em fazer rapapé para o presidente da república.

Dá para imaginar as conversas amenas dos nossos edis enquanto os veículos que os transportavam devoravam  rapidamente os 165 quilômetros que separam as duas cidades. A campanha da seleção na Copa, o calor insuportável dos últimos dias, a festa que deveria estar rolando em Marabá, enfim, um monte de coisas. O que não passou pela cabeça de nenhum cristão foi que nesses veículos se ouvisse o mais leve murmúrio de indignação, ou de lamentação pelo fato de o  lançamento ser em Marabá e não em Parauapebas.

O editorial dessa semana tem como pano de fundo essa viagem e não os hipotéticos diálogos, que dificilmente saberemos se foram reais (possivelmente não foram). Aliás, o que foi falado na viagem é o que menos importa. O que vale analisar é esse tour sem o menor sentido e fora de hora que nossos vereadores resolveram fazer. Considerando que a festa no município vizinho é em decorrência de um investimento de R$ 3 bilhões e cerca de 15 mil empregos que foram tirados de Parauapebas na mão grande, percebe-se claramente que nossos parlamentares poderiam estar em qualquer parte do mundo; da Conchichina ao Alaska, menos em Marabá, pelo simples fato de que o nosso município não tinha o que comemorar. Só se foram apresentar o sorriso amarelo de perdedores, de quem foi passado para trás e não se deu conta.

É aquela história, na hora em que os vereadores, deputada, prefeito, vice-prefeito e sociedade organizada tinham que se mexer, não o fizeram, ao contrário, assistiram passivamente a mobilização de Marabá pela siderúrgica, agora que a Inês é morta o melhor é lamber as feridas longe dos olhares e do deboche alheio.

O melhor seria fazer o dever de casa e cumprir a agenda legislativa, do que participar de beija-mão em Marabá, afinal, o que tem de gente querendo se manifestar e protestar  na Câmara não está escrito.

5 comentários:

Anônimo disse...

A viagem dos vereadores para participar de uma festa que não era nossa mostra a falta de compromissos dessa galera

Anônimo disse...

Marcel, parabéms pela matéria, eu li ontem e gostei demais porque mostra os bastidors que os jornalistas sérios vão buysca e colocam para que a comunidade leia e tire suas conclusões.
Cícero

Anônimo disse...

Cicero, eu também li amatéria e fiquei impressionado com a maneira que nós deixamos de lutar por algo que poderia ser nosso. Se não fosse nosso, pelo menso teriamos a certeza que lutamos, coisa que esses nossos políticos não são de fazer, só o Faisal.
Marcel, parabéns pela matéria, você é o melhor, pelo menos não tem rabo preso. Com faço para ser assinante do jornal.

Paulo Henrique

Marcel Nogueira disse...

Pessoal agradeço o elogio, mas devo dizer que há algum tempo nós temos escrito a nossa história com derrotas que nos entristece e essa usina siderúrgica é a maior prova disso, entretanto, há algum tempo sou testemunha do que o Faisal tem feito e lutado sozinho por isso, ninguém da nossa clase política quer engajar nesse luta, talvez porque imaginem que não terão os louros da vitória, ou da luta. das duas uma: ou é egoismo puro, ou falta de compromisso com Parauapebas.

Marcel Nogueira disse...

Ah! tinha me esquecido, Paulo Henrique, para assinar e receber o HOje em sua casa é só ligar no telefone 3346 9886 e falar comigo ou com Rosa.