O presidente estadual do Democratas, deputado federal Vic Pires Franco, e a mulher dele, a vice-presidente nacional do DEM, Valéria Pires Franco, estão fora da disputa eleitoral deste ano. O anúncio foi feito horas antes do prazo final para o registro das candidaturas, que terminou às 19h de ontem. A decisão foi a maneira que o DEM encontrou para salvar uma coligação com o PSDB do candidato ao governo Simão Jatene e, assim, dar possibilidade para eleger pelo menos um deputado federal e manter a bancada estadual, que hoje tem três cadeiras.
Valéria era considerada um nome forte na disputa ao Senado. Nas pesquisas de intenção de votos, aparecia em segundo lugar, atrás apenas do deputado federal Jader Barbalho (PMDB). Vic era apontado como tendo bom potencial de votos com chances de se reeleger. O rumo das conversas com possíveis aliados, contudo, acabaram inviabilizando a candidatura dos dois. O DEM lançou oito nomes para a disputa à Câmara Federal, entre eles o deputado federal Lira Maia e onze para a Assembleia Legislativa, numa coligação com os tucanos. A aliança vale também para a eleição majoritária, o que significa que o tempo de propaganda eleitoral gratuita no rádio e TV dos Democratas irá para Simão Jatene, para o vice dele, Helenilson Pontes, e para o candidato ao Senado, Flexa Ribeiro.
Durante o dia de ontem, os Democratas conversaram com os tucanos e falaram com o comando da campanha petista de quem receberam oferta para uma coligação na chapa a deputado federal. Essa proposta, contudo, encontrou resistência de Lira Maia que tem reduto eleitoral em Santarém, onde tem embates acirrados com o grupo político da prefeitura petista de Maria do Carmo Martins. Ela apoiará o irmão, Carlos Martins, na disputa à Câmara Federal. Os Democratas chegaram a propor ao PT uma aliança, desde que este abrisse mão de lançar candidato à Prefeitura de Santarém. A proposta foi recusada.
Com os tucanos, o impasse se concentrou em torno da disputa à Câmara Federal. Candidatos do PSDB e dos aliados rechaçaram a aliança sob o argumento de que a entrada de Lira Maia e de Vic Pires na chapa prejudicaria a eleição dos tucanos e do candidato do PPS, Arnaldo Jordy. Pressionado, Vic abriu mão da candidatura para garantir chances de reeleição de Lira Maia.
Até o último minuto, Valéria tentou ser candidata ao Senado numa coligação com o PSDB, mas os tucanos aceitavam ceder apenas a vaga de vice, o que ela não aceitou. Ainda foi sugerido que ela entrasse na disputa à AL, mas nomes do próprio DEM resistiram à ideia, alegando que poderia prejudicar outros candidatos.
Nos últimos meses, o DEM flertou com o PT e com o PMDB, enquanto mantinha conversas com os tucanos. No primeiro momento, o impasse estava em torno da chapa majoritária. O DEM exigia que Valéria fosse candidato única ao Senado. Os tucanos não abriam mão da candidatura de Flexa, presidente do partido e que concorre à reeleição. O DEM chegou a aceitar ter Valéria como segundo nome ao Senado, mas os tucanos não aceitaram.
(fonte: Diário do Pará)
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