Todo mundo falando na campanha eleitoral, que deve bombar a partir de agosto e eu aqui voltando a chover no molhado. Que me perdoem aqueles que acham desperdício de tempo e até um devaneio tolo da minha parte me posicionar na questão da usina siderúrgica de Marabá, principalmente porque aquilo lá são favas contadas, prego batido e ponta virada, mas a gente pede um pouquinho mais de paciência porque nos dois próximos artigos ainda vamos falar do raio dessa siderúrgica. A idéia é incomodar para ver se a gente consegue pelo menos um debate nos botecos, nas esquinas e com um pouco de sorte, nas rodas política.
É aquela coisa, se não dá para reverter uma situação já sacramentada, ao menos deve se exigir da companhia uma compensação pelas perdas do município. O ideal é que o espírito popular saia fortalecido para novas batalhas que certamente virão).
O debate deve começar com a constatação de que aqueles que pensam que a Inês é morta não estão de todo errados; eles até acertam no atacado, porém, erram no varejo. É certo que a siderúrgica é de Marabá e ninguém mete mais a colher de pau, entretanto, ninguém pode negar que entregamos a rapadura sem brigar. Em 1995, por ocasião da metalúrgica - que acabou não saindo – a cidade se mobilizou, pressionou (ainda que só um pouquinho), mas os tempos eram outros; tínhamos um prefeito, que deixava um mandato, uma Câmara fraca (aliás, como todas as outras), mas agora o cenário é diferente, o prefeito é do PT, partido da governadora (dizem até que são unha e carne), vereadores do PT dão no meio da canela, uma deputada federal do PMDB, base principal de apoio do PT e mesmo assim não temos força política nem para iniciar uma disputa. Nas fases iniciais, quando se discutia a localização da siderúrgica, prefeito, deputados, vereadores, associação comercial, imprensa de Marabá estavam presentes e não havia ninguém de Parauapebas. Vejam só, eles discutiam o que iam fazer com o ferro de Carajás - e para quem não se lembra, Carajás é Parauapebas – e não havia ninguém de Parauapebas por lá.
Dirão os pessimistas, que naquela altura não havia mais o que fazer), talvez até tenham razão, ainda que eu não acredite nisso. Para mim está claro que faltou poder de fogo, faltou atitude na defesa intransigente dos interesses do município. Essa conversa pra boi dormir de que Marabá reunia as melhores condições técnicas do Parauapebas não convence ninguém.
A partir dessa derrota, cada parauapebense (principalmente a classe política) deve se olhar no espelho todas as manhãs e se perguntar se fez a sua parte. Não espantem se uns e outros corarem de vergonha.
(artigo publicado no jornal HOJE 421 – Coluna do Marcel)
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