Passarelas de madeira e palafitas
Enchente no Rio Verde, perto do mercado
Na encosta íngreme do Morro do Chapéu, mais de 300 barracos se amontoam na ladeira que teve sua vegetação arrancada para dar espaço as edificações de madeira. No alto do morro, um pouco acima dos barracos, enormes blocos de pedras se equilibram precariamente, se constituindo numa ameaça a centenas de família que residem no local.
A poucos metros do Morro do Chapéu, outro cenário impressionante. Em meio a um enorme charco, até pouco tempo coberto pela vegetação típica de lugares alagadiços, centenas de edificações de madeira, tipo palafitas infestam o local. Ao invés de ruas, os moradores movimentam através de um labirinto de tablados que margeiam o brejo. Qualquer chuva de porte médio eleva o nível das águas do local e essas passarelas se tornam intransitáveis e vão para debaixo d'água.
Por causa da sua geografia, composta de montanhas e vales, Parauapebas é um local de muitas áreas inadequadas para moradia. É o que se chama de locais de risco. Entre esses locais de risco destaca-se a Chácara das Nuvens, um conjunto de casas de madeira, espremido por uma grande elevação. Apesar da necessidade evidente, o local é pouco recomendado para a permanência de pessoas. Por conta da proximidade da montanha, e a degradação da vegetação, há o risco de desabamento, principalmente no período das chuvas.
A pergunta que se faz é como um município, com tantos recursos permite que uma parcela da sua população resida em locais tão inadequados, que colocam em risco da vida destes e por outro lado expõe de forma mazelas sociais que não cabem nem em cidades com menor aporte financeiro?
A resposta, ainda que pareça obvia não é assim tão fácil. Com já foi dito, há uma grande quantidade de bairros que padecem com enchentes no inverno e na época estiagem vem a tona problemas de falta de estrutura, saneamento básico e pavimentação. A grosso modo poderia se dizer que só com muita boa vontade consideraria bairros como Betânia, Liberdade II, Jardim Canadá, Residencial Bela Vista, São Marcos, Nova Vida e parte do Rio Verde como habitáveis. Ausência do Poder Público - Ao longo dos anos, o Poder Público da cidade foi extremamente omisso, quando não, irresponsável, em não colocar em prática um plano diretor que disciplinasse o crescimento do perímetro urbano. Mesmo sabendo que haveria um forte especulação imobiliária num futuro próximo, muito próximo, as administrações que passaram pelo município nos últimos anos, notadamente as de Bel Mesquita e Darci Lermen não adquiriram áreas para colocar uma população carente, cada vez mais crescente e ainda foram coniventes em permitir o estabelecimento da indústria da especulação imobiliária, que de acordo com especialistas no assunto, é uma bomba-relógio que deve atingir muitas famílias que se verão impossibilitadas de arcar com os sucessivos aumentos acima da inflação, assim como taxas e juros, perdendo o investimento e contabilizando prejuízos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário