Um telefonema na manhã de domingo me tirou do relaxamento natural do feriado. Do outro lado da linha uma voz de mulher perguntava se aquele era o telefone do programa de TV “Boa Noite Cidade”. Tive que esclarecer que o programa havia saído do ar em agosto de 2009. Muito nervosa, a pessoa lamentou e disse que na noite de sábado, depois do show do grupo de pagode “Os Travessos” havia presenciado uma agressão de um policial militar, do grupo Tático numa menor. Segundo as informações, o policial, que em tese é pago com o dinheiro dos impostos da comunidade para protegê-la havia desferido tapas no rosto da menor.
Antes que eu pudesse dizer que era jornalista e que gostaria de saber mais sobre o episódio, ela desligou, me recomendando antes que não gostaria de ter seu nome envolvido, em outras palavras: anonimato total. Por falta de maiores detalhes dei o caso por encerrado e durante o domingo não me lembrei do assunto, entretanto, o caso teria desdobramentos.
Na segunda-feira, pela manhã, ao fazer a varredura nos sites e blogs de notícias da região me deparei com a notícia, que depois também foi veiculada no jornal O Liberal, dando conta da agressão.
O caso e sério e deve se dizer que não é a primeira vez que isso acontece. Talvez seja o momento de o coronel Eder Ribeiro aplicar uma nova reciclagem na tropa. Não é possível que pessoas incumbidas de manter a ordem, extrapole suas funções e partam para agressões contra menores, ou cidadãos decentes, como se os mesmos fossem vagabundos ou marginais.
Na verdade, o que se nota é que alguns policiais (não são todos) ainda não compraram a idéia de que são servidores públicos e como o nome já diz, servidor, vem do verbo servir; eles estão lá para servir a comunidade. Quem não se enquadra nesse perfil, deve procurar outra coisa para fazer. Fazer segurança pública não é impor o terror, daí a necessidade de se exigir um nível educacional mais apurado dos que desejam ingressar na Polícia Militar. Evidentemente que o Estado deve pagar melhor. Do jeito que está, só entram na polícia os que não têm alternativa no mercado de trabalho, ou tem segundas ou terceiras intenções.
A maioria dos policiais supõe erroneamente o que o patrão é a corporação, a instituição Polícia Militar. O conceito está errado. O patrão é a sociedade, que paga imposto e quer receber em troca proteção. A julgar pelo episódio de sábado a noite, o que ela tem recebido é agressão.
(artigo publicado no jornal HOJE, edição 406 - Coluna do Marcel)
sexta-feira, 19 de março de 2010
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