As incursões
do Judiciário a partir do ano passado na vida
secreta do Legislativo revelou uma situação até então inusitada. É
verdade, vale a pena ser suplente (e nem precisa ser primeiro-suplente),
principalmente se considerarmos que a sétima legislatura, essa que segue
melancolicamente para final da vida, sem deixar muitas saudades viveu coisas do
arco da velha. Uma verdadeira epopéia ao avesso.
Se
colocarmos no bico da caneta, nove suplentes tiveram seus meses ou dias de
fama, saindo da galeria e passando pro outro lado da parede de vidro. Alguns
tiveram uma vida parlamentar tão curta que pareceu um chuvisco de verão. No
dizer do “caboco”, mal tiveram tempo de praticar algumas flatulências na
cadeira; ou seja, nem bem chegaram, já saíram.
A coisa anda
correndo tão frouxa que até candidato de 300 votos nas últimas eleições se
abancou na Câmara e com todo o séquito que tem direito. Certo que foi por pouco
tempo, um mês, um pouco menos, mas deu tempo para aprovar um requerimento, uma
emenda ao orçamento. Não vai dá em nada, até porque o clima de fim de feira no
casarão do Morro dos Ventos se instalou foi cedo (desde o dia 15 não tem um pé
de cristão por lá).
No dizer de
gregos e troianos a legislatura atual é bananeira que já deu cacho. Para os
suplentes que passaram rapidamente pela casa azul do Beira Rio renderão
histórias que mais tarde constarão aos filhos e netos, daqui a 20, 30 anos,
talvez apresentem até um cópia de alguma proposição. É aquela velha história,
mata a cobra e mostra o pau...
No futuro,
Ivanit Barrão, Zacarias Assunção, Antônio Massud, Joelma Leite, Marcelo
Parceirinho, Irmã Teca, Lidemir, Fábio Sacramento, Nonatinho, ilustres suplentes
que foram agraciados com mandatos tampões quando já nem esperavam mais darão
risadas do balaio de gato que foi a sétima legislatura.
Como
conselho é que nem café, toma quem quer, não custa nada dá um aviso aos 15
navegantes que foram eleitos em outubro próximo-passado. Pela primeira vez,
depois de muitos anos, a sociedade civil organizada, Judiciário e outros
seguimentos importantes da sociedade estão preocupados com o destino dado aos
recursos públicos, que ao contrário do que muita gente boa imagina, não são
infinitos.
Quem fizer
sujeira fora da casinha pode votar a patrocinar as cenas que a cidade viu há
pouco tempo. Sair bem cedinho, pela manhã, ainda no último cantar do galo, a
bordo de multi-escura viatura é parada pra desmantelo. Além do que, na falta do
que fazer, os suplentes estão esfregando as vastas mãos, mal esperando a hora
de entrar em campo pra jogar, nem que seja um pouquinho.
Será que
nessa legislatura que assume em janeiro valerá a pena ser suplente?
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