"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


segunda-feira, 26 de dezembro de 2016

COLUNA DO MARCEL - Vale a pena ser suplente




As incursões do Judiciário a partir do ano passado na vida  secreta do Legislativo revelou uma situação até então inusitada. É verdade, vale a pena ser suplente (e nem precisa ser primeiro-suplente), principalmente se considerarmos que a sétima legislatura, essa que segue melancolicamente para final da vida, sem deixar muitas saudades viveu coisas do arco da velha. Uma verdadeira epopéia ao avesso.

Se colocarmos no bico da caneta, nove suplentes tiveram seus meses ou dias de fama, saindo da galeria e passando pro outro lado da parede de vidro. Alguns tiveram uma vida parlamentar tão curta que pareceu um chuvisco de verão. No dizer do “caboco”, mal tiveram tempo de praticar algumas flatulências na cadeira; ou seja, nem bem chegaram, já saíram.

A coisa anda correndo tão frouxa que até candidato de 300 votos nas últimas eleições se abancou na Câmara e com todo o séquito que tem direito. Certo que foi por pouco tempo, um mês, um pouco menos, mas deu tempo para aprovar um requerimento, uma emenda ao orçamento. Não vai dá em nada, até porque o clima de fim de feira no casarão do Morro dos Ventos se instalou foi cedo (desde o dia 15 não tem um pé de cristão por lá).
No dizer de gregos e troianos a legislatura atual é bananeira que já deu cacho. Para os suplentes que passaram rapidamente pela casa azul do Beira Rio renderão histórias que mais tarde constarão aos filhos e netos, daqui a 20, 30 anos, talvez apresentem até um cópia de alguma proposição. É aquela velha história, mata a cobra e mostra o pau...

No futuro, Ivanit Barrão, Zacarias Assunção, Antônio Massud, Joelma Leite, Marcelo Parceirinho, Irmã Teca, Lidemir, Fábio Sacramento, Nonatinho, ilustres suplentes que foram agraciados com mandatos tampões quando já nem esperavam mais darão risadas do balaio de gato que foi a sétima legislatura.

Como conselho é que nem café, toma quem quer, não custa nada dá um aviso aos 15 navegantes que foram eleitos em outubro próximo-passado. Pela primeira vez, depois de muitos anos, a sociedade civil organizada, Judiciário e outros seguimentos importantes da sociedade estão preocupados com o destino dado aos recursos públicos, que ao contrário do que muita gente boa imagina, não são infinitos.

Quem fizer sujeira fora da casinha pode votar a patrocinar as cenas que a cidade viu há pouco tempo. Sair bem cedinho, pela manhã, ainda no último cantar do galo, a bordo de multi-escura viatura é parada pra desmantelo. Além do que, na falta do que fazer, os suplentes estão esfregando as vastas mãos, mal esperando a hora de entrar em campo pra jogar, nem que seja um pouquinho.


Será que nessa legislatura que assume em janeiro valerá a pena ser suplente?

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