CPI é uma coisa tão séria, mas tão séria que no âmbito nacional deveria ser levada a cabo pelo presidente, no estado pelo governador e no município pelo prefeito.
O problema é quando no município o prefeito é que é o investigado, aí vira uma sinuca de bico; ninguém sabe direito por onde começar (talvez porque não saibam direito onde a coisa vai dar). Parauapebas é um exemplo típico e acabado desse tipo de saia justa. Nesse momento há uma CPI em curso e outra sendo gestada, mas as notícias não são nadas alvissareiras, quer dizer, até que são, mas para o prefeito.
Seria fácil se a CPI investigasse quem é contra o estado de Carajás, ou lançasse seus olhos para as peraltices da Vale, mestra em engabelar nossos políticos, que só não são aprendizes quando o assunto é multiplicar o patrimônio pessoal, agora essa coisa de investigar prefeito é madeira de dar em doido, ou como se dizia lá no nordeste, é parada pra desmantelo.
Por conta disso, muita gente torceu o nariz, ou se disse cético com relação aos resultados futuros da CPI que investigaria as quantias milionárias pagas a um escritório de advogados de Santa Catarina. O ceticismo talvez residisse na da falta de tradição do nosso Legislativo em colocar o prefeito contra a parede. Na cidade, até os meninos de colo sabem da notória subserviência da Câmara em relação ao Executivo.
Não se sabe se por mera coincidência, mas a CPI, instalada há três semanas, ainda não disse a que veio e só depois de muitas idas e vindas os vereadores tiveram acesso a cópia do contrato da prefeitura com o escritório Pazinato.
Mesmo restando apenas uma semana para o final da CPI, que pode ser prorrogada por mais 30 dias, por enquanto ninguém foi convocado a depor. Não é a toa que nos últimos dias o assunto mais discutido nas rodadas de formadores de opinião é que o forno da pizza havia sido aceso.
No linguajar juridiquês, há indícios robustos que alguém está colocando a mão na caixinha de sapato, mas aí é c om o diz o caboclo, é uma faca de dois legumes, tanto pode guindar os seus integrantes ao patamar de grandes estrelas, como pode ajudar a enterrar uma carreira política, dependendo da atuação do freguês.
É aquela velha história que a velha gorda costumava falar, ‘‘quem não pode com o pote não segura na rodilha’’. Se não está a fim de investigar, não instale CPI, agora, quer botar fogo na caixa d'água segura na mão de Deus e vai. O povo, que não é bobo, nem nada, vai junto, mas só quando perceber que não há jogadinha ensaiada ou que não existe neguinho jogando pra torcida, dando uma no cravo e outra na ferradura.
(Artigo publicado no jornal HOJE 463 - Coluna do Marcel)
sábado, 25 de junho de 2011
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