Nova legislatura e a bancada paraense no Congresso Nacional já se depara com uma velha discussão: a revisão geopolítica do Estado do Pará. E dessa vez parece que o caminho está aberto para a aprovação dos projetos de decreto legislativo que dispõem sobre a realização de plebiscito para a criação do Estado do Carajás, fatiando a parte sul e sudeste do território paraense, e do Estado do Tapajós, na parte oeste e sudoeste. Todos os deputados consultados após a posse, na manhã de ontem, disseram ser favoráveis à consulta popular, caso as propostas sejam colocadas na pauta.
Entre 17 deputados que representam o Pará no Congresso Nacional, três deles colocam a divisão do Estado como bandeira principal dos seus mandatos: Giovanni Queiroz (PDT), Lira Maia (DEM) e Zequinha Marinho (PSC). "O Brasil precisa firmar a sua economia, gerar renda e emprego para o setor, e isso deve ser prioridade especialmente para o norte do Pará. E isso passa pela divisão do Estado. Entendemos que o Pará já está completando 400 anos e, lamentavelmente, desse tamanho não avança mais. A Câmara precisa aprovar o plebiscito para a sociedade partir para um debate tranquilo, técnico, que possa avaliar essas possibilidades",
defendeu Marinho.
E a nova composição da bancada do Estado sugere que as propostas não terão resistência interna se forem a votação. "Não temos ainda uma avaliação da nova bancada paraense, mas vamos visitar todos os parlamentares, repetir para aqueles que para cá voltaram e reiniciar um processo de conversação para aqueles que chegam pela primeira vez. Depois disso, saberemos a avaliação exata. O certo é de que os principais ferrenhos adversários dessa matéria não estão mais na Casa, principalmente o deputado Zenaldo Coutinho (PSDB), que virou secretário (Casa Civil), e Arnaldo Madeira (PSDB-SP) e Antônio Carlos Panuzzio (SP), que não foram reeleitos. Isso, com certeza, indica que as coisas estão mais serenas e favoráveis para a aprovação dos plebiscitos", comemora Lira Maia.
Giovanni Queiroz, eleito ontem líder do PDT na Câmara, também exalta a saída do parlamentar antisseparatista da Casa. "O Zenaldo era contra o princípio democrático de um plebiscito. O governador Simão Jatene levou ele para a Casa Civil e eu parabenizo. Primeiro, porque é um político, sem dúvida nenhuma, que dará uma contribuição formidável ao governo do Pará, mas também porque o tirou do Congresso Nacional. Ele estava atrapalhando e tirando o direito do povo de se manifestar", celebra o parlamentar, afirmando que, na condição de líder, colocará até o fim do mês de março os projetos de decreto legislativo para votação no plenário.
COMPROMISSO
Segundo Zenaldo Coutinho, mesmo ausente da Câmara, teve o compromisso do seu suplente, André Dias (PSDB), de não permitir a votação dos plebiscitos sem antes serem realizados os estudos prévios de viabilidade socioeconômica dos dois novos Estados e do Estado-Mãe. Além disso, teve a garantia do novo líder tucano na Casa, deputado Duarte Nogueira (SP), de que não se discutirá na Casa nenhuma divisão no País sem esses estudos de impacto. "Também conversei com parlamentares de outros partidos, com o deputado Júlio Delgado (PSDB-MG), que irá compor a Mesa da Câmara. Mas nós somos minoria, e isso está configurado pelas últimas votações, tanto do pedido de urgência no plenário, quanto na Comissão de Finanças. É óbvio que se for a plenário para voto, a tendência muito forte é de aprovação do plebiscito. Mas a minha expectativa é que a gente consiga adiar em razão dos estudos que estão aprovados, há orçamento para isso".
Fonte O Liberal e Zedudu
Um comentário:
Um país que é doente e não se cura
Quer ficar sempre no terceiro mundo
Que do poço fatal chegou ao fundo
Sem saber emergir da noite escura
Um país que engoliu a compostura
Atendendo a políticos sutis
Que dividem o brasil em mil brasis
Pra melhor assaltar de ponta a ponta
Pode ser o país do faz-de-conta
Mas não é com certeza o meu país. (Letra do Zé Ramalho) "Mau" entraram já querem fatiar o Estado do Pará, pra melhor assaltar de ponta a ponta.
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