"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


segunda-feira, 21 de março de 2011

Ambulantes querem local viável para trabalhar

Acima, Camila Mracaibe e Marinalva no local do trabalho
Reginaldo Guimarães, Lousinale e Jorge Wagner


O caso dos ambulantes que ocupam as calçadas das ruas de comércio da cidade e os que trabalhavam na Praça da Cidadania e foram colocados no pátio externo do Mercado municipal continua dando o que falar. Na última terça-feira (15) eles fizeram uma manifestação nas dependências da Câmara e trouxeram para o plenário um protótipo da barraca que será utilizada no local.
Além da barraca não atender as necessidades dos trabalhadores ambulantes, pelas dimensões 140x80 cm, sem cobertura, os envolvidos na questão reclamam ainda que o acordo não foi cumprido. Segundo eles, a secretaria promete uma cobertura no pátio externo do mercado, o que não teria acontecido. Outra situação abordada na Câmara é que o local é inadequado para o comércio, uma vez que não há linhas de vans e poucas pessoas passam pelo mercado. Essa, inclusive, seria uma das razões para que o mercado, desde a sua fundação não tenha apresenta viabilidade econômica.
Na verdade, o que os ambulantes querem é um local que tenha acessibilidade e que tenha viabilidade econômica.
O presidente e da Associação dos Ambulantes de Parauapebas, Reginaldo Guimarães chegou a discutir com o vereador Odilon Rocha (PMDB) quando este discursava na tribuna da Câmara. Mais tarde, já mais calmo, Reginaldo disse que a secretaria prometera um lugar digno e não estava acontecendo. “Disseram que a área seria coberta e está todo mundo no sol”.
Losilene Silva Santos trabalhava há três s anos na Praça da Cidadania, numa barraca de caldos. Em entrevista ela disse que prometeram vans, mototaxi, caixas eletrônicos no local, telão, seresta, “tudo para transformar um lugar onde não passa ninguém num ambiente melhor, mas o que fizeram foi jogar todo mundo lá”
A história mais emblemática e que reflete a realidade de todos os envolvidos é a de Jorge Wagner, proprietário de uma banca de variedades. Há alguns dias no novo local de vendas ele conta a experiência: “anteontem não vendi nada, ontem também não e hoje, até a hora de vir para Câmara eu tinha vendido cinco reais”.
Ameaçados – Com há centenas de profissionais que atuam na informalidade e quase sempre nas calçadas das ruas de comércio da cidade, o problema acaba sendo de todos. Em média um ambulante fatura algo em torno de R$ 80,00, o que dá um movimento de R$ 2.400,00 por mês, que serve para reposição de estoque e para fazer frente as despesas, como alimentação, aluguel etc.
Que o Código de Posturas precisa ser aplicado, não só na desobstrução das áreas públicas, com o também em outras situações como barulho excessivo, animais nas ruas, restos de construção nas calçadas e outras distorções verificadas no dia-a-dia, não há dúvidas. O problema é que se está tirando pessoas do seu local de trabalho e não está havendo uma compensação, o que do ponto de vista jurídico pode até ser l egal, mas não deixa de ser desumano. Para se ter uma ideia, muitos que hoje estão sendo ameaçados pela ação – legal da prefeitura, diga-se de passagem – devem ao banco, pagam aluguel e precisam trabalhar para viver, “nós não vamos roubar, mas eles querem tirar o nosso ganha-pão”, diz camila Maracaibe, dona de uma barraquinha de variedades na rua E. O mesmo problema vive Marinalva Conceição, que há quatro anos, trabalha em frente ao Armazém Paraiba, na Cidade Nova.
A reportagem esteve na Secretaria de Urbanismo, mas, foi informada que o secretário não esteve no prédio na quinta-feira.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esta situação é bem complicada.Os lugares mais movimentados, já são ocupados por lojas que pagam impostos. As calçadas são para pedestres andar. As ruas, praças e calçadas são ocupados por ambulantes que não pagam impostos e ainda deixam a cidade feia. A área da feira do produtor daria para construir uma feira padronizada para essas pessoas.