No próximo dia 11, a população do Estado está convocada a comparecer às urnas para decidir se o paquiderme chamado Pará vai continuar indolente como nos últimos séculos ou se vai receber um sopro de modernidade.
Não será fácil, ao contrário, será dificílimo, até porque quando o Superior Tribunal Eleitoral e depois o Supremo decidiram que a população diretamente e interessada seria o Pará inteiro praticamente decidiu o jogo a favor das oligarquias que querem o atraso não só da região, mas de todo o povo paraense. Por tabela a decisão do Supremo foi mão na roda para os interesses dos estados do sul e sudeste do país, que não querem a região Norte com o mais com representatividade no Congresso, principalmente no Senado, que teria mais seis senadores da região Norte, além do bolo do Fundo de Participação dos Estados (FPE), que teria que ser repartido para dois novos estados. A nova configuração poderia colocar em risco antigos privilégios dos sulistas e beneficiar uma região historicamente esquecida É uma pena, que nesse momento muita gente boa funcione como ventríloquos dos interesses do capital do sul do país e não enxergue uma palmo além do nariz.
Por conta disso, o que se vê na TV é uma campanha bem rasteirinha defendendo acaloradamente o “Não” e mais ainda, mesmo a despeito da falta de consistência, da falta de proposta tem dado resultados, o que torna a votação do dia 11 de dezembro um coisa de louco, um pleito no qual centenas de milhares de pessoas simplesmente se recusam a raciocinar, como se “não e não” fosse a panacéia do mundo, a solução de todos os problemas do Estado.
Ao invés de propostas, ou perspectivas para um estado que está tecnicamente quebrado há muito tempo, o que se vê na TV são tentativas de espalhar a confusão, ou a verdade distorcida com jogo de palavras. Como não há preocupação com a verdade, eles esperam o programa do “sim” para no dia seguinte, na maior cara dura tentar jogar areia na cara do eleitor, com tentativas estapafúrdias e ridículas de subverter a verdade. De uma maneira perversa, tentam amedrontar a população, contando com a pouca escolaridade dela para criar um ambiente de rancor e ódio. Nas entrelinhas, tratam a população como um bando de ignorantes, já que mentem descaradamente.
Comprometendo um futuro que poderia ser bem mais alvissareiro, tentam transformar o plesbicito numa guerra, tipo a cabanagem, ou incutem no coração dos menos esclarecidos, um sentimento de perda sem sentido, como se tamanho territorial fosse sinônimo de desenvolvimento. Se isso fosse verdade o Rio de Janeiro, que deve ter um centésimo do território do Pará não seria o segundo estado da Federação, em poderio econômico e em desenvolvimento. Essa história de “Parazinho” talvez seja uma das coisas mais ridículas dos últimos tempos.
A propósito, que eu me lembre ninguém tratou a parte remanescente do Goiás, que se separou do Tocantins de “goiasinho”. Talvez por ter essa visão privilegiada, o Goiás é hoje o nono estado brasileiro em qualidade de vida, enquanto Pará é o antepenúltimo, ganhando apenas de Alagoas.
(Artigo publicado no jornal HOJE - Coluna do Marcel)
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
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