"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


sábado, 5 de fevereiro de 2011

Moradores do Primavera reclamam de barulho excessivo

O clube estaria desagradando a população adjacente porque trabalha com som automotivo e aparelhagem


Moradores das ruas Manaus e Amazonas, nas proximidades do Clube Tiradentes estão indignados com o barulho ensurdecedor, que segundo eles, provém de um clube, localizado às margens do rio Parauapebas.


O Clube é de propriedade da Polícia Militar, mas depois de muitos anos sendo administrado pelos militares, foi arrendado para um terceiro.


Por se localizar numa área densamente povoada, na qual vários moradores trocam turno em Carajás, o barulho dos sons automotivos e das aparelhagens, que estão sendo utilizados cria problemas e o novo arrendatário do local já recebeu várias reclamações.


O barulho excessivo é vedado pela legislação. A Lei nº 4.283/04, também chamada de Código de Posturas, no seu artigo 31 estabelece que durante o dia não nenhum barulho pode ser superior a 65 decibéis e durante a noite (das 22 às 06 horas da manhã) o barulho máximo permitido é de 45 decibéis, aferidos por equipamento eletrônico denominado decibelômetro.


Reclamação – De acordo com Joaquim Olimpio, que mora na localidade há mais de 27 anos, inicialmente o arrendatário , identificado como Ocenildo Conceição dos Santos colocava o som a meia altura, com músicas do gênero de serestas, “depois ele passou a fazer som automotivo, que vai até 3, 4 horas da madrugada e passou a prejudicar o sossego dos moradores”. Joaquim relata que com a novidade de som automotivo e aparelhagem, o local passou a receber uma clientela cada vez mais numerosa e muitas vezes, a vizinhança já flagrou pessoas fazendo uso de entorpecentes.


Para Rogério Ferreira, morador da rua Manaus e que trabalha em Carajás trocando turno, a situação é muito séria. Muitas vezes ele sai para trabalhar sem ter conseguido dormir. O mesmo problema Jalbas Pinto Santos, residente na rua Amazônas enfrenta, com a agravante de sua casa localizar-se nas proximidades de uma empresa de funilaria e montagem industrial, “não tem jeito, além do barulho de equipamentos, ainda tenho que ficar a noite toda acordado por conta do som do clube”.


O barulho insuportável tem feito a dona-de casa Emília Carvalho planejar mudar de residência. “Após quatro anos tenho pensado em ir embora daqui. Um dia fui reclamar, mas recebi a resposta de que o incomodado é quem deve se mudar”, disse, desconsolada.


Um dos mais prejudicados é Waldeci Carneiro, que mora em frente ao clube, “muitas vezes eu saio para trabalhar às 3 horas da madrugada, morto de sono, porque não consegui dormir”.
O último depoimento é da dona-de-casa Maria da Conceição Ferreira, que mora no local há 18 anos. Além de reclamar do barulho da empresa de funilaria ao lado, disse que a quantidade de pessoas que transitam a noite nos finais de semana favorece a roubos e assaltos, “na semana passada levaram a bateria do carro do meu esposo, que por ser grande dorme na rua”.


Ocenildo se explica – Em entrevista, Ocenildo Conceição Santos que reside no bairro, na rua 1 e possui um depósito de bebidas disse que arrendou o local há cerca de três meses e que dotara o local com o máximo possível de seguranças, “o que eu estranho é que quando eu colocava seresta todo mundo gostava e frequentava”. Ele contou que colocou som automotivo porque precisava aumentar o rendimento, “olha, eu não posso investir pesado num espaço que não é meu, vou procurar fazer uma proteção acústica no local”, disse.


Ocenildo negou que houvesse consumo de drogas no ambiente, ou que as festas durassem a noite toda, “ a gente costuma ficar até 2 horas”, disse, reconhecendo que uma única vez o som foi colocado numa altura acima do permitido”. Ele não descarta entregar o espaço, caso não consiga resolver o problema.


Em conversa com o sargento Soares, presidente do clube da PM, o jornal ficou sabendo que eles iriam conversar com o arrendatário para solucionar os problemas, “járecebemos algumas reclamações e vamos tomar providências”, disse o militar.
A reportagem esteve também no Meio Ambiente e a responsável pelo setor disse que aguardava denúncias para poder agir, “são muitas denúncias diárias e por causa disso, a visita pode demorar alguns dias, mas esse caso está notificado e vamos tomar providências”, garantiu.


Falta - A reportagem apurou que os moradores estão sentindo falta da sensação de segurança que a presença constante de militares produzia. Hoje o local se tornou barulhento e sem segurança.


Por seu turno, Ocenildo diz que boa parte dos frequentadores são os filhos dos moradores que reclamam de sua promoções, ‘‘eu sou morador do bairro Primavera e nós sempre nos ressentimos da falta de lazer e de opção, por causa disso eu fiz esse empreendimento, mas se não conseguir , vou ter que entregar o lugar, porque eu não quero confusão’’, disse Ocenildo à reportagem do jornal HOJE. (fonte: Jornal HOJE)

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