‘‘Depois da porta arrombada é difícil fechá-la’’. Apesar de o provérbio popular ter um fundo considerável de verdade, uma comitiva de Parauapebas tentou reverter uma situação que desde o dia 16 se mostrava definitiva. No final, ainda que alguns queiram dar nova nomenclatura ao fracasso, ou dourar a pílula, classificando mais um revés como se fosse algo a comemorar, ou ainda, se contentar com uma simples escola tecnológica, em substituição ao campus universitário perdido, a comitiva voltou da capital federal de mãos abanando, ou se isso é possível, de mãos quase abanando.
A comissão foi composta pelo prefeito Darci Lermen, os secretários municipais Ernane Margalho, Raimundo Neto, Alex Ohana e Leônidas Mendes, este último viajou à sua própria custa, o que demonstra que sua ida não estava na programação. Participando da missão, os vereadores Faisal Salmen, Francis Resende e Eusébio Rodrigues, o deputado federal Cláudio Puty e o prefeito de Xinguara, Davi Passos. A convite do prefeito Darci Lermen, o candidato derrotado ao Senado, Paulo Rocha e da ex-governadora Ana Júlia Carepa. Os dois patrocinariam momentos de triste memória no final da reunião com o secretário executivo do Ministério da Educação (MEC), Luís Cláudio Costa.
Tida como destino certo de um campus universitário da recém-criada Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA), Parauapebas se preparou para ser anunciada como um dos quatro polos da nova universidade, entretanto, no último dia 16, a presidente Dilma Rousseff anunciou os municípios de Santana do Araguaia e São Felix do Xingu como sedes da UNIFESSPA, no lugar de Parauapebas.
Deve-se dizer que Parauapebas, juntamente com técnicos de outros municípios contribuíra para elaborar o projeto da nova universidade. Santana do Araguaia e São Félix do Xingu não estavam inseridos no grupo de trabalho e sequer pleitearam o investimento. A bem da verdade, há dúvidas se os dois municípios oferecem condições estruturais para a implantação dos campus. Baseado nessas prerrogativas, a comissão se reuniu com o secretário executivo do MEC, Luís Cláudio Costa.
Segundo o relato de Costa, Parauapebas fora excluída porque o município receberia a sede do Instituto Federal Tecnológico do Pará (IFPA), que nada mais é do que o antigo CEFET.
O argumento do secretário executivo do MEC teve a discordância imediata de Leônidas Mendes, que deixou bem claro, que o município almejava ser um centro de conhecimento e não apenas um formador de mãos-de-obra para os projetos “nós queremos produzir pesquisadores, ser referência em conhecimento, o modelo do CEFET não é o nosso objetivo”, disse.
O vereador Faisal Salmen fez uso da palavra e acrescentou que a comunidade estudantil de Parauapebas ficara extremamente frustrada e indignada com a decisão. “Nesse momento, o governo do PT está condenando ao ostracismo o prefeito de Parauapebas, Darci Lermen, pois vai ser considerado culpado pela perda da universidade. Eu sou do PSDB e deveria está feliz com o infortúnio do PT, mas não é isso que acontece, estou triste porque perdemos um investimento há tanto tempo acalentado pela nossa juventude”.
Costa contra-argumentou que o IFPA também ofereceria cursos de pós-graduação, doutorado e que o Instituto Federal Tecnológico e no momento era melhor para Parauapebas do que a universidade. “qualquer prefeito preferiria ter o instituto a uma universidade”, disse.
Segundo informações obtidas pelo jornal, a discussão teve prosseguimento com os ânimos cada vez mais exaltados. Leo afirmou que não tinha conhecimento de que institutos tecnológicos ofereciam cursos de mestrado e doutorado, “a verdade é que universidades existem há quase mil anos e o senhor quer nos convencer que uma coisa inventada pelo senhor, é melhor do que uma universidade”, disse se dirigindo ao prefeito de Xinguara, que estava presente e perguntando se ele toparia trocar a universidade pelo IFPA. Diante da resposta de Davi, que afirmou preferir a universidade, criou-se um silencio ensurdecedor na sala de reuniões.
Solução encontrada por Cláudio Puty -Sem uma solução à vista, o deputado federal Cláudio Puty chamou Leo Mendes reservadamente e propôs ser o relator do projeto de lei que criaria a universidade, acrescentando uma emenda de criação de um novo campus, retirando um curso de cada polo (Xinguara, São Félix, Rondon do Pará e Santana do Araguaia) e cinco de Marabá, que deve receber 35 cursos.
Ao retornar à sala, Claudio Puty expôs sua estratégia. O deputado pediu o apoio de todos na sala para colocar o plano em ação. Demonstrando está completamente alheio ao processo, Darci saiu da sala, acompanhado por Ernane Margalho e Alex Ohana. Depois de cinco minutos de conferência o gestor retorna afirmando que concordava.
A partir desse momento o show de gosto duvidoso ficou por conta do candidato derrotado ao senado pelo PT, Paulo Rocha, que disse não concordar, “caso Parauapebas conseguisse emplacar a UNIFESSPA, todos os municípios deveriam ter o mesmo direito”, disse o “mensaleiro”, esquecendo que não detém mandato para interferir numa decisão e que estava ali a convite do prefeito de Parauapebas para apoiar a causa e não para atuar como advogado do diabo.
Nesse momento todos na sala foram contra suas argumentações, o que fez ele dizer que tinha 20 anos de legislatura e que sabia como funcionava a Câmara de deputados. Mais uma vez Leo Mendes se exasperou e a ex-governadora entrou na discussão, exigindo que respeitassem o ex-deputado, “eu sou ex-governadora” justificou. Ao que foi retrucada mais uma vez por Mendes, “infelizmente a senhora já levou a siderúrgica de Parauapebas e agora apóia que tirem a universidade de Parauapebas, por causa disso, o povo de Parauapebas lhe deu a resposta nas urnas”.
Segundo o que foi relatado ao jornal, a ex-governadora perdeu a compostura e gritou: “me respeite seu moleque!”. “A senhora não merece meu respeito e me arrependo de ter votado e pedido votos para a senhora. Felizmente o povo de Parauapebas foi mais inteligente do que eu”, disse.
A reunião terminou como o secretário executivo do MEC se recusando a recolocar Parauapebas como um dos pólos da nova universidade. Está confirmado, entretanto, a vinda do Instituto Federal Tecnológico do Pará para o município.
Também ficou acertado que o deputado Puty seria o relator do Projeto de Lei que criará a UNIFESSPA e que este apresentaria uma emenda, incluindo Parauapebas como um dos polos.
Segundo Leo Mendes até a votação no Congresso a comunidade estudantil do município estará em constante estado de mobilização. Nos próximos dias uma grande manifestação deve ter lugar e deve contar com milhares de alunos, professores, pais de alunos e a população em geral.
Apesar de não se ter a garantia de nada, no momento é o que se apresenta.
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
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5 comentários:
Lamentável, de muito mau gosto e resumida numa só palavra a atuação da comitiva "caipira deslumbrada" que foi passear em brasilia: incompetência, de a a z, de todas as matizes partidárias ,sob todos os aspectos.
Pobre parauapebas!
Meu nesta comitiva só faltou a Leid do ZORRA TOTAL, como são amadores, inconpetentes, infantis, sei La falta ate adjetivos, mas minha tristeza maior e ver a Francis e Faisal, metidos nisto, com esta corja de derrotados, olha falando bem serio mesmo nem eu que sou matuto faria um papelão deste,vocês Faisal e Francis são de outro nível não se mistura com esta gentalha, ou não são mais oposição a este governo corrupto e inconpetente.
Marcel desculpe-me por favor, mas meu e muita cara de pau, olha a foto deles estão todos sorrindo, meu que sacanagem, rindo porque perdemos, cara este pessoal tem que fazer um tratamento, isto não e normal e desvio psíquico, não e d +, olha a cara deles sorrindo,há,há,há, há......................perdemos de novo, perdemos de novo há,há,há,......
Marcel, eu tinha acompanhado no jornal HOJE e no seu blog o início dessa história triste. Com um profundso sendo do que é jornalismo, você voltou a carga e publicou o desdobramento do caso. Tinha que ser voce. Parabéns.
Parauapebas precisa se benzer
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