Um monte de barro no meio da rua é coisa muito séria, aliás, seríssima, uma carrada de barro, piçarra, pedra, ou qualquer coisa que o valha pode unir uma cidade, num fervor cívico, como não foi visto, por exemplo, na perda do campus da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. De repente um carrancudo monte de barro, que a bem da verdade atrapalhou o tráfego de veículo durante boa parte da segunda-feira se tornou o inimigo público número 1 e conseguiu (ao menos em parte) escurecer o peso da traulitada levada em Brasília.
O que importa a traulitada se um monte de barro insiste em permanecer no meio da rua, avacalhando tudo o que se chama de ordenamento urbano? É preciso reagir!, se for preciso coloca-se em campo a turma do prende e arrebenta para enfrentar aquela caçambada impertinente e que atenta contra os artigos 32 e 33 do Código de Posturas do município estabelecem que “O trânsito, de acordo com as leis vigentes, é livre, e sua regulamentação tem por objetivo manter a ordem, a segurança e o bem-estar dos transeuntes e da população em geral. 33, É proibido embaraçar ou impedir, por qualquer meio, o livre trânsito de pedestre ou veículos nas ruas, feiras livres ou quando exigências policiais ou jurídicas o determinarem".
De repente, não mais do que de repente, passou o general vereador trafegando na contramão, mas com cara de poucos amigos. Não falou nada, mas nem precisava, tem vez que o silêncio vale mais do que mil palavras. Na sequencia, um amigo que seguia para o trabalho passou com dificuldades sobre o barro, que aquela altura já estava bem “fuçado” e perguntou divertido se faltava coragem para botar o “bicho pra dentro”. Outro camarada amigo meu queria porque queria que o maldito barro estampasse a seção foto notícia do jornal. Tive dificuldade de convencê-lo que como jornalista não poderia ter a pretensão de escrever e ainda ser a notícia. “vamos deixar a honra para os outros”, argumentei no mesmo tom.
Antes do final do dia, dois valorosos fiscais da Semurb já tinham batido cartão na construção do “puxadinho”, que eu orgulhosamente classifico de “obra”. Uma notificação foi expedida, mas até no blog do Wanterlor, o tal barro foi comentado.
Não tive tempo de explicar que foi um lapso do condutor da caçamba, que o colocou num local inadequado e tirou o time de campo. De qualquer maneira foi bom para desanuviar o ambiente e mostrar que é tão fácil mobilizar a cidade. Se um monte de barro é motivo para o clamor popular, imagine a perda de uma universidade...
(Artigo publicado no jornal HOJE - Coluna do Marcel)
Você Sabia?
Há 50 minutos
4 comentários:
Bravo Marcel.
É Sr. Wanterlor,
Agora o sr. aplaude, mas quando imediatamente fiz a denúncia de que o sr. Odilon Sanção, ilustre vereador e representante do governo municipal, no mesmo dia, também fechou, literalmente, a rua D, com uma caçamba da Prefeitura e com o uso de 2 ( duas ) retro escavadeiras, também da prefeitura, PARA REMOVER ENTULHO DA REFORMA DE SUA CASA, o sr. preferiu não divulgar. Por quê? Tá com o rabo preso?
Duvido até que esta nota seja publicada, afinal o sr. entrou para elogiar o Marcel.
Ei anônimo, eu não disse que Wanterlor me elogiou, eu disse que apareceu um comentário sobre o monte de barro no seu blog, ok? Então tá.
Marcel,
Um comentário seu sobre o blog do Wanterlor e uma resposta como a dada por ele não foi um elogio? É como diz o Datena: me ajuda aí pô!
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