"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Asfalto só nas rotas das vans. O resto é buraco

As fotos exibem dois contrates. O asfaltopor onde as vans passam e os buracos no restante da cidade


No final do inverno passado as ruas de Parauapebas estavam intrafegáveis. A aniquilação da malha viária se estendia pelos bairros mais nobres, como Cidade Nova, Rio Verde, com o asfalto mais parecendo um queijo suíço e também pelos bairros mais afastados que exibiam vias públicas sem a menor estrutura. Lama e buracos faziam parte de um cenário desolador, que somados a outras carências, como falta de água, insegurança davam ao perímetro urbano da cidade uma aparência de terra arrasada, ou de um município desgovernado. Para fugir da avalanche de críticas, a administração pública acenou com um pacote de obras, que compreendia entre outras iniciativas, a restauração das ruas, a solução do problema da água, além de outras obras, como a finalização do hospital municipal, paralisado há dois anos, sem contar com a construção de casas, do programa federal, “Minha casa, minha vida”. Depois de quase sete meses, o cenário é exatamente igual.



O inverno acabou em maio e junto com o verão, vieram os preparativos da campanha eleitoral, na qual o governo municipal se empenhou ao máximo em eleger a candidata do PT, Ana Júlia Carepa ao governo do Estado, Carlos Puty, a deputado federal e MIlton Zimmer, deputado estadual. Como as chuvas cessaram e o clamor popular diminuiu, o governo municipal se esqueceu de cumprir as promessas de dotar as cidade de serviços essenciais.



Basta um rápido giro pelos bairros da cidade para verificar que tudo permanece igualzinho ao ano passado, com o agravante de que o inverno começa a dar avisos de que não vai demorar a chegar.



Falta de água – O que se verifica hoje em dia é que o problema da água se agravou muito nos últimos meses. Além do racionamento, inaugurado no governo Darci Lermen e que já dura cinco anos, bairros de áreas nobres da cidade ficam sem água na torneira por vários dias. Pode-se dizer que quase dois terços da população está completamente desassistida de água tratada.



Em alguns bairros os próprios moradores adquirem mangueiras e tentam levar águas às residências, porém, as comunidades mais distantes dependem dos serviços dos caminhões-pipas, que levam água às caixas d'água de 5 mil litros, localizadas em locais estratégicos de cada bairro. Numa situação de emergência esse tipo de serviço é até admissível, entretanto, em muitas localidades o abastecimento por meio de caminhões-pipas se arrasta há muitos anos, o que transforma a vida dos moradores num verdadeiro inferno.



Bairros como Caetanópolis, Jardim Canadá, São Lucas, Jardim América, Liberdade II, Betânia dependem exclusivamente desses serviços, até para as necessidades mais elementares, com o lavar roupa e cozinhar.



Asfalto – Ainda que a água seja fundamental na vida das pessoas, a verdade é que a cidade se ressente de quase todo tipo de serviço público, seja na área da saúde, segurança ou pavimentação asfáltica. A questão da pavimentação é um exemplo emblemático. Afirmando que não adiantaria asfaltar os bairros sem a implantação de drenagem pluvial, ou esgoto, o prefeito prometeu asfalto no verão.



Em pleno dezembro, o que se tem na cidade é uma pálida frente de trabalho que beneficiou praticamente a rota das vans, o que serve para aliviar o governo das críticas dos usuários desses serviços e dos proprietáride veículos. Recentemente foram afixados outdoors informando que 7,5 quilômetros de asfalto tinham sido concluídos. Sabe-se que não foi colocado um metro de tubulação para esgoto nesses locais.



Nas ruas adjacentes à rotas das vans o que se vê é muita poeira e buracos, o que mostra que mais uma vez o morador está sendo penalizado, com tendência de piorar a situação, com a chegada do inverno.



Como quase R$ 150 milhões em caixa e uma arrecadação média de R$ 50 milhões, esse tipo de investimento não seria difícil para a Parauapebas. Um quilômetro de asfalto, com meio-fio custa em média R$ 400 mil. Daí se conclui que só não se cuida das ruas, por exclusiva falta de vontade política, ou porque estão aplicando o dinheiro público em “outras coisas”.

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