"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


sábado, 24 de setembro de 2011

Tensão e início de confusão na audiência pública que discutiu a falta de moradia



A audiência pública que tinha como objetivo discutir os problemas da moradia e tentar encontrar soluções foi mais movimentada do que se esperava.

Requerida pelos vereadores de oposição, Antônio Massud (PTB), Faisal Salmen (PSDB), Francis Resende (PMDB) e Adelson Fernandes (PDT), o evento aconteceu na quinta (22) e reuniu um grande número de populares, principalmente áreas de invasão da Chácara das Nuvens, Alto Bonito, Nova Vida II, abrigo da Usimig na estrada Ferrovia, e área do Projeto Pipa. O plenário da Câmara também recebeu o secretário de Habitação, Antônio Neto.

O secretário iniciou fazendo uma explanação sobre o programa do governo Federal “Minha casa, minha vida”, que construiu 1000 casas para serem distribuídos para pessoas que estavam cadastradas.

A primeira a se manifestar foi a vereadora Francis Resende, que inquiriu o secretário sobre os critérios utilizados para escolher as pessoas contempladas, “foi veiculado na imprensa que já foram escolhidas 1.200 pessoas para serem sorteadas. Acontece que foram cadastradas 18 mil pessoas e essas pessoas estão sonhando com a casa própria. Nós não sabemos como foi feito a triagem, qual o critério utilizado, porque só 1.200 pessoas participarão do sorteio. Eu tenho certeza que muito mais pessoas deveriam estar nesse sorteio”, disse a vereadora.

Antônio Massud começou dizendo que o município não tinha política de habitação , “hoje milhares de pessoas vivem em área de risco, em invasões porque o Poder Público não tem um política de para doação de terrenos para a população mais carente”. Massud continuou afirmando que o governo desaparecera com R$ 2 bilhões e não fizera obras compatíveis com a arrecadação.

Faisal Salmen culpou o prefeito municipal, Darci Lermen pela situação vivida por milhares de famílias, “prefeito precisa entender o que é governar para o povo. Quando fui prefeito doei o bairro da Paz para a população, o Chico das Cortinas doou o Cortinão, mas esse prefeito não faz nada”. Faisal ressaltou a necessidade de se votar consciente, “o pobre precisa eleger um prefeito comprometido, porque ele vai precisar do prefeito para providenciar água, saúde, educação, o rico não precisa de prefeito, mas o pobre sim”.

O quarto requerente da audiência pública, o vereador Adelson Fernandes voltou a cobrar clareza nos critérios de escolha do programa Minha casa, minha vida. Adelson citou o caso do programa habitacional de Marabá, que segundo o vereador tinha contemplado filho de vereador, empresário e “hoje muitos alugam os apartamentos por R$ 1 mil por mês. Nós queremos que as casas sejam distribuídas para quem realmente precisa”.

Odilon foi outro que exigiu transparência nos critérios de escolha, “apesar de ser líder do governo, vou ficar de olho para que haja transparência”. Odilon tranquilizou os moradores da Chácara das Nuvens, do abrigo da Usimig e moradores da área do Projeto Pipa, informando que o governo já adquiriu a área, “vocês já foram verificar a existência da área, agora falta urbanizar para vocês”, disse.

Outros vereadores também se pronunciaram. Israel Barros, o “Miquinha” disse que era completamente a favor que a população pudesse ter a sua casa própria. No final da sua fala, Miquinha alertou que existiam muitas pessoas que já tinham sido beneficiadas por outros programas e tinha vendido os imóveis e estavam infiltradas nos movimentos, “é preciso ser rígido nessa questão”.

Tumulto – A audiência pública prosseguiu com seguidas manifestações dos presentes. O estopim de um início de tumulto aconteceu quando o vereador Raimundo Vasconcelos defendeu o governo e foi muito vaiado. O vereador prosseguiu com o discurso e no final disse que o governo poderia desapropriar a área do vereador Faisal Salmen para doação.

Faisal tentou discutir com Vasconcelos, que também se levantou da cadeira, dando início a uma discussão. Os dois foram contidos sob forte manifestação da assistência gritando o nome do vereador.

O vereador Massud foi à tribuna e pediu calma à assistência e os ânimos foram serenados. Mas, o clima ficou carregado até o final, o que acabou inviabilizando o encaminhamento de alguma proposta para ser levada ao prefeito. No final, ficou definido que outras reuniões aconteceriam que eles iriam até o prefeito para tentar resolver o problema.

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