"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


domingo, 16 de maio de 2010

Contemplando o lago

Fernando Pessoa

Contemplo o lago mudo

que uma brisa estremece

não sei se penso em tudo

ou se tudo me esquece

O lago nada me diz

não sinto a brisa mexê-lo

não sei se sou feliz

nem sei se desejo sê-lo

Trêmulos vincos risonhos

na água adormecida

por que fiz eu dos sonhos

a minha única vida?

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