"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


sexta-feira, 28 de maio de 2010

Relação entre obesidade infantil e a doença cardíaca no adulto é um desafio atual

   

DSC00882 Estudos mostram que a criança, principalmente os meninos, com IMC (índice de massa corporal )acima do considerado adequado para a idade, têm mais chances de problemas nas artérias coronárias
    Um artigo publicado recentemente na revista científica New England Medical Journal, da Inglaterra, aponta que crianças com Índice de Massa Corporal (IMC) considerado acima do normal têm maiores chances de contrair doenças coronarianas na idade adulta. "Como cada vez mais crianças estão se tornando obesas no mundo inteiro, espera-se que em pouco tempo o número de pessoas com problemas cardíacos aumente significativamente".
    A associação entre obesidade e doenças cardíacas se mostrou mais forte entre os meninos do que em relação às meninas e ainda aumenta de acordo com a idade. "Assim, meninos obesos no final da infância apresentam maior risco", segundo os endocrinologista e os cardiologistas estudiosos nesta relação. Além de doenças coronarianas e infarto, são problemas futuros relacionados à obesidade: doenças metabólicas ( colesterol, triglicerideos, diabetes, hipertensão, AVC (popularmente conhecido como "derrame cerebral"), gota (elevação ácido úrico), artrose, cálculo biliar (pedra na vesícula), apnéia do sono, câncer de mama e câncer de intestino.
    Para evitar a obesidade na fase infantil, recomenda-se a amamentação até seis meses de idade, seguida do fornecimento de alimentos adequados sob acompanhamento de pediatra e estímulo à prática de atividade física prazerosa, como brincar e esportes. "Os pais devem evitar o acesso das crianças às guloseimas destruidoras da integridade orgânica, para preservar o apetite nas refeições. Além disso, é recomendada a ingestão de no máximo uma lata de óleo para preparo das refeições ao mês".
Introduzir precocemente verduras e legumes à alimentação da criança para acostumar seu paladar e sua aceitação futura também pode ser uma boa solução. Para isso, indica-se diversificar a forma de preparo dos vegetais e leguminosas, oferecer os mesmos em pequena quantidade e misturados com outros alimentos de mais fácil aceitação.
    A dieta deve conter todos os nutrientes: carboidratos, fibras, gorduras, proteínas, sais minerais e vitaminas, que podem ser obtidos por meio da ingestão de frutas, legumes, verduras, carne, ovo, leite e derivados, arroz, feijão, cereais. Devem ser evitados: doces, bolachas, bolos, massas, refrigerantes e sucos artificiais, salgadinhos e frituras.
    Existem alguns exames importantes para se constatar a causa da obesidade e para verificar se a o excesso de peso já provoca conseqüências adversas no organismo. São, basicamente: hormônios da tireóide (TSH e T4 livre) ; um hormônio das glândulas suprarenais (cortisol); glicose, colesterol total e suas frações + triglicérides; enzimas hepáticas (TGO e TGP) que podem indicar sobrecarga de gordura no fígado. "Caso a criança também tenha estatura abaixo do normal, é importante observar se há deficiência do hormônio de crescimento, que apesar de rara, também pode acarretar excesso de peso", deve-se ficar atento.
    O alerta para os pediatras, serve de conduta preventiva para evitar o aumento excessivo das doenças metabólicas e cardiovasculares em qualquer comunidade e constitue programa obrigatório de execução na saúde pública e privada.
    O tratamento da obesidade infantil é baseada em alimentação correta e atividade física orientada.

Dr. Adilson Santana
PhD em Medicina
Cardiovascular
CRM 1807

Nenhum comentário: