As três legendas que integram a coligação oposicionista negociam uma tática conjunta de comunicação.
Afora os lotes de inserções de 30 segundos, os partidos pró-Serra dispõem, juntos, de uma vitrine televisiva de 30 minutos.
São dez minutos, em horário nobre, para cada legenda. O programa do DEM vai ao ar em 27 de maio. O do PPS, em 10 de junho. E o do PSDB, em 17 de junho.
Embora tenham autonomia para decidir o que será veiculado, os partidos decidiram seguir a mesma linha de ação.
Luiz González, o marqueteiro escalado para cuidar da campanha de Serra, esboça o conteúdo das peças. Decidiu-se, por ora:
1. A exemplo do que fez o PT com Dilma, a oposição usará a propaganda partidária para lustrar a imagem de Serra.
2. Não haverá ataques diretos a Lula. Não se pretende tampouco deslustrar a biografia de Dilma.
3. Planeja-se sustentar a tese de que os avanços sociais e econômicos obtidos pelo país decorrem de um esforço de vários governos. Coisa de 25 anos.
Trata-se de uma tentativa de atenuar a pregação de Lula que induz à ideia de que as coisas só entraram nos eixos em 2003, quando ele chegou ao Planalto.
4. Analisa-se a hipótese de levar ao ar críticas pontuais a iniciativas da gestão Lula. Um papel que poderia ser exercido pelo DEM e pelo PPS. Porem...
5. Porém, pretende-se enfatizar, sobretudo na peça do PSDB, a tese segundo a qual o que é bom será mantido e aperfeiçoado.
Pela lógica, PSDB e DEM, autores da representação que resultou na condenação do PT e de Dilma, deveriam protocolar uma nova ação no TSE.
A oposição fora à Justiça Eleitoral por considerar que o PT desvirtuara o programa que havia exibido em dezembro de 2009. Em vez de trombetear ações partidárias, fizera campanha.
A propaganda veiculada pelo petismo na noite passada exacerbou a tática. Dilma e Lula fizeram campanha ainda mais desabrida.
A despeito disso, dirigentes da oposição ouvidos pelo blog logo depois da decisão do TSE e da exibição da nova peça do PT mostraram-se divididos.
Hesitavam entre recorrer novamente ao TSE ou fingirem-se de mortos. Por quê? Sabem que, em poucos dias, mimetizarão o comportamento que criticam.
Eis o que disse ao repórter um dos mandachuvas da oposição: “Essa fase de pré-campanha está sendo marcada pela hipocrisia...”
“...Imaginar que, com a eleição batendo à porta, os programas partidários não falarão das candidaturas, é como viver em outro mundo”.
A decisão sobre recorrer ou não contra a nova propaganda do PT será tomada nos próximos dias.
Seja qual for a deliberação, fica boiando na atmosfera a sensação de que a lei eleitoral, flagrantemente desrespeitada, reclama uma alteração do Congresso.
Por essa lei, a campanha de 2010 só começa em 5 de julho. A propaganda eletrônica, só em agosto.
Curiosamente, os partidos que dão as cartas no Congresso são os mesmos que rasgam a lei que aprovaram para regular a eleição.
Como disse o ministro Marco Aurélio Mello no julgamento do TSE, vive-se “uma quadra de absoluta perda de parâmetros, de abandono a princípios, de inversão de valores.”
(Fonte:Blog do Josias)
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