O clima de tensão vivido na PA-275 e o iminente confronto entre integrantes do MST e dos fazendeiros da região começou na sexta-feira, pela manhã, quando trabalhadores sem-terra se deslocaram para a fazenda Samambaia, entre os municípios de Parauapebas e Curionópolis, com o objetivo de ocupa-la.
Por seu turno os fazendeiros avisaram que iriam resistir e não permitiriam a ocupação. Barricadas na PA-275 foram colocadas pelos fazendeiros, o que acabou ocasionando a paralização do tráfego de veículos e até de pedestres. Informações davam conta que muitos homens fortemente armados se preparavam para defender a fazenda da ocupação.
Hoje pela manhã a situação ainda estava tensa, mas, a secretaria de Comunicação do Estado divulgou nota, afirmando que o governo do Estado estava tentando evitar o confronto, deslocando cerca de 180 homens da PM para o local. Abaixo a nota da Secom:
“O Governo do Estado agiu rápido para evitar um conflito armado entre trabalhadores sem terra e fazendeiros, que estavam em pé de guerra às proximidades da fazenda Samambaia, entre os municípios de Curionópolis e Parauapebas, no sudeste do Pará, na noite de sexta-feira (6). A governadora Ana Júlia Carepa determinou o enviou de tropas da PM de Marabá, Redenção e Parauapebas, que chegou a tempo de evitar o choque entre os contendores. São 180 homens no total, envolvidos para evitar o conflito.
A governo estadual mobilizou diversos organismo do governo federal como Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), que enviou um representante do Incra, o comando Regional da Aeronáutica e assessores e técnicos da Casa Civil, Delegacia de Conflitos Agrários, prefeitos da região, além de representantes de entidades da sociedade civil, como a OAB, que deslocou um membro da entidade, que mora em Marabá.
A comissão de negociação de conflito já se encontra no local do conflito, bem como um Batalhão de Choque da Polícia Militar, que foi deslocado de Belém em avião da FAB, na madrugada de hoje (07). A orientação da governadora é que os dois lados do conflito sejam desarmados e a Policia Militar deve permanecer na área por tempo indeterminado.
Além da disputa pelo uso da terra, existe um componente que o setor de Inteligência do estado está avaliando, que é o período eleitoral. A governadora Ana Júlia Carepa declarou que o governo tem sido firme na sua política pública de garantir a paz no campo.
Além de medidas repressivas, o governo estadual também assegura um conjunto de instrumentos legais, como regularização fundiária, implantação do Cadastro Ambiental Rural (CAR), fixação do Valor da Terra Nua (VTN), cumprimento de ações de reintegração de posse e benefícios para as famílias de assentados pelo programa de reforma agrária, como por exemplo, a implantação de uma escola com laboratório de informática no Assentamento 17 de Abril, em Eldorado dos Carajás.
A governadora montou uma sala de crise na noite de sexta-feira, no Centro Integrado de Governo e durante todo o dia de hoje (7) a equipe permaneceu no comando geral da Polícia Militar monitorando o trabalho da equipe que se deslocou para a área do conflito. O secretário de Segurança, Geraldo Araújo, disse que todo o esforço do governo é para garantir direitos e a paz no campo”
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