"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha
de ser honesto".

(Rui Barbosa)


sexta-feira, 20 de maio de 2011

A importância dos grupos

A cinco meses da data-limite para a filiação dos que pretendem se candidatar a cargos eletivos nas eleições de 2012, o que se vê é uma paradeira só.

Considerando que o fim das coligações proporcionais está na bica de ser aprovado no Congresso, o que praticamente inviabilizaria a vida eleitoral de partidos considerados nanicos, teríamos então, por assim dizer, uma briga de cachorro grande. O duro é que os tais cachorros grandes não estão se preparando e cinco meses na política é um piscar de olhos.

Com exceção de uns poucos partidos, que não perderam a estrutura ao longo do tempo, como por exemplo, o PT, favorecido pelo poder e pela tradição de movimentar as bases, pouca coisa sobrou. Fora disso, o que existem são iniciativas recentes das diretorias de alguns partidos, visando 2012, mas é uma coisa pontual.

Nesse processo de restruturação, PTB e PP estão saindo na frente. Se as eleições fossem hoje, a tendência é que esses partidos elegessem pelo menos três vereadores, cada. O problema é que o “se” não faz parte da política e até outubro de 2012 muita água ainda vai rolar por debaixo da ponte.

O PTB tem um bom grupo, no qual não há um favorito destacado, o que abre a possibilidade de uma eleição com uma quantia razoável de votos, algo em torno de 1.200. Mesmo sem a presidência da Câmara e da secretaria de Urbanismo, o presidente Massud tem se saído muito na articulação. Como é bastante homogêneo, o partido é um atrativo para as que lideranças que querem se eleger. Se não perder ninguém, o PTB terá um time de respeito; se perder, ainda assim será interessante.

Outro partido que se movimenta é o PP, principal aliado do PT. Além de ter o vice-prefeito, o partido conta com duas secretarias (Esporte e Urbanismo). Nos últimos dias, a legenda trouxe para seus quadros nomes de pesos e busca outros. O presidente Roque Dutra sabe que quem sabe faz a hora.

O PDT também passa a ser atrativo, principalmente pelo fator Valmir. Como o empresário está em alta, muitos pretensos candidatos a vereador gostariam de estar ao lado de um protagonista, entretanto, o partido deve se mexer, pois corre o risco de ter um desequilíbrio, ou seja, um candidato a prefeito forte, e um grupo de candidato a vereador que deixa a desejar.

Apesar de esse ser um período de aquecimento, é nesse momento que se percebe quem terá garrafa vazia pra vender. Nesse cenário, PMDB e PSDB devem se cuidar. Até agora não se viu quase nenhuma movimentação desses partidos.

Os dois partidos apresentam carências de militância, sinal de que não está havendo movimentação suficiente. Existem os chamados medalhões, mas faltam os medianos, que são importantes na construção do quociente eleitoral. O PSDB, por exemplo, é o partido do governador, o que em tese significa que deverá vir forte, entretanto, como disso anteriormente, isso é apenas em tese.

(artigo publicado no HOJE 458 - Coluna do Marcel)

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