Nos últimos quatro anos como deputado federal, Antonio Palocci, Chefe da Casa Civil da presidência da República desde janeiro, multiplicou por 20 o valor do seu patrimônio, segundo reportagem publicada ontem pela Folha de S. Paulo.
O que tinha em 2006 valia R$ 375 mil, conforme consta de sua declaração à Justiça Eleitoral.
Há um ano comprou um escritório em área nobre da capital paulista por R$ 882 mil.
Pouco antes de virar ministro, e na mesma cidade, comprou um apartamento de luxo por R$ 6,6 milhões.
Como deputado, em quatro anos, recebeu em salários R$ 974 mil, brutos.
O que fez Palocci enriquecer tão rapidamente?
Resposta dele: serviços de consultoria por meio de uma empresa que criou e da qual foi dono de 99% das ações.
Quais foram seus clientes?
Palocci não revela.
Quanto recebeu de cada um deles?
Palocci não diz.
Qual a natureza da consultoria prestada?
Palocci é vago.
Seus clientes tinham negócios com o governo?
Palocci não responde.
Seus clientes passaram a ter negócios com o governo depois que lhes deu consultoria?
Palocci silencia.
Servidor público comum é proibido de exercer cargo administrativo em empresa privada.
Servidor público eleito (parlamentares, governadores e prefeitos), pode - salvo em empresas de comunicação. E por motivos óbvios.
Em casos assim, o político dribla a proibição da lei e repassa a parentes ou a testas de ferro a tarefa de administrar seus jornais, emissoras de rádio e de televisão. Desde que o beneficiem, é claro. E prejudiquem seus adversários.
Até prova em contrário, Palocci é um político honesto, e agora rico. Mas que passou a dever explicações ao distinto público.
Se não oferecê-las ou se elas não forem convincentes, passará à condição de político honesto, rico, mas sob suspeita.
É o mínimo – ou não é?
Nenhum comentário:
Postar um comentário