Marcel Nogueira - Um recado para Darci: seja homem e lute pelos interesses de Paraaupebas pelo menos uma vez na vida.
É difícil imaginar alguma situação como essa, na qual a população observa o desenrolar dos lances que vão determinar vitórias e derrotas futuras, sem ao menos saber do que realmente se trata. No centro de todo o processo, um cidadão que desafortunadamente (para a cidade) foi eleito duas vezes.
O que esperar de uma pessoa que dá sucessivas demonstrações que não se preocupa com nada que diga respeito ao município? Que adora desfilar sua condição de novo-rico, transformando a cidade num mero ponto de pousada entre uma viagem e outra?
A cidade luta para encontrar o seu caminho, com a ameaça da exaustão do ferro de Carajás (para menos de 40 anos), e tendo como uma espécie de João Batista, a clamar no deserto apenas a fala do vereador Faisal Salmen, que brada sua indignação contra a a passividade do município e às vezes esquece que falta um posicionamento mais firme do prefeito, displicente, preguiçoso e irresponsável, que não se dar ao trabalho nem de comparecer as audiências públicas que vão tratar do futuro da cidade.
Na audiência do projeto S11D, do ferro de Canaã dos Carajás, ele não apareceu e quando foi inquirido porque não foi, respondeu como um simples “não fui porque não quis”.
Dias depois uma nova audiência pública, dessa vez para tratar do projeto de cobre do Alemão, no Ginásio Poliesportivo, mais uma ausência. No local empresários, políticos, profissionais liberais, representantes da Vale e uma cadeira vazia. Não que sua ausência tenha sido notada ou lamentada, entretanto, pela liturgia do cargo que ocupa, bem que poderia liderar as condicionantes e exigências para que a mineradora avançasse sobre as reservas de cobre, que deve ser a última joia da coroa, depois disso, só o dilúvio, ou o caos social. Darci não foi e nem mandou representante. Durante horas, o destino do município foi discutido sem a presença da pessoa que por dever de ofício deveria estar presente.
O terceiro episódio aconteceu no dia 27 de abril, na sede da Associação Comercial e Industrial de Parauapebas (Acip). Representantes da Vale explanaram o projeto do ramal ferroviário que deve ligar a mina de ferro de Canaã ao estação ferroviária de Parauapebas.
Mais uma vez o prefeito não apareceu.
A verdade é que a cidade vem sendo prejudicada há muito tempo e o exemplo mais claro do descaso foi a escolha da siderúrgica para a vizinha Marabá, sem l uta, sem um mísero protesto por parte de Parauapebas. Um investimento de R$ 15 bilhões com milhares de empregos diretos e indiretos, que por direito deveria ser de Parauapebas, uma vez que o ferro que irá alimentar os grandes fornos da siderúrgica sairá daqui, foi para marabá, em virtude das muitas pressões politicas.
Na instalação dos dois projetos (S11D e Alemão) praticamente não se fez exigência e tudo ficou por conta apenas dos royalties que devem ir para os respectivos municípios. Muito pouco. Já na questão do ramal ferroviário que cortará o perímetro urbano da cidade, uma tentativa muito tímida de uma contrapartida de um polo avançado da futura faculdade Federal do Sul e Sudeste do Pará, nada mais do que isso.
Acostumado entrar em campo para perder, ou não entrar em campo com suas ausências, o prefeito precisa entender que agora é o momento histórico e inadiável. A Vale precisa encarar de frente as suas responsabilidades. O que se trata agora é o fato de que dezenas de composições ferroviárias irão invadir a vida da população com um barulho ensurdecedor, intrusas no cotidiano da cidade (isso para não falar em acidentes que podem ocorrer), apenas do muro que deve ser erguido. Se fala aqui de mais de nove mil metros de linha férrea que cortarão o perímetro urbano e vem se falar na implantação de um polo sem qualquer importância.
O que se tem que exigir é a implantação de uma universidade para no mínimo 5 mil alunos, com cursos de ponta, laboratórios etc. Isso é criar alternativas econômica, além do ferro de Carajás. Parauapebas não deseja esse incômodo para o resto da vida, quem deseja passar com o ramal ferroviário pelo seu território é a Vale, então que pague por isso, pague inclusive pelas omissões, por preterir por tanto tempo Parauapebas.
Caso a mineradora não queira aceitar as condicionantes, que transporte o ferro em grandes caminhões, ou faça um desvio por Curionópolis.
É isso prefeito, é isso que a população espera de você, que não se acovarde, que lute ao menos uma vez pelos interesses do município, que seja digno do cargo que finge ocupar.
sábado, 7 de maio de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário