Por essa nem os mais céticos esperavam. A audiência pública ocorrida na noite de ontem (19), nas dependências da escola Chico Mendes revelou que a população não quer nem ouvir falar em ramal ferroviário.
Praticamente todas as manifestações externadas no auditório do colégio foram contra a passagem do ramal ferroviário no perímetro urbano.
A audiência pública – Cercada de muitas expectativas, a audiência pública recebeu um público de mais de 600 pessoas. Estudantes, líderes comunitárias, lideranças políticas e cidadãos comuns pessoas compareceram e participaram ativamente.
Depois da explanação, levada a cabo por funcionários da Vale e das possibilidades de geração de emprego, começou a fase de debates.
O primeiro a se manifestar foi o ex-vereador Wanterlor Bandeira, que enfatizou que o município não ganharia nada com o ramal ferroviário, ao contrário, a estrada ferro que ligará o projeto S11D, em Canaã à estação ferroviária de Parauapebas será extremamente danosa à vida da cidade.
A mesma opinião teve o professor Leônidas Mendes, que mostrou por meio de números o lucro de R$ 11 bilhões da mineradora nos primeiros três meses de 2010. “Apesar do lucro com o minério de ferro, a Vale se recusa a um investimento de um campus universitário para 15 cursos, no valor de R$ 84 milhões”, disse, revelando que com a implantação do ramal, o município receberia uma população de cerca de 35 mil novos habitantes, ocasionando um novo fluxo migratório.
Faisal Salmen também falou em compensação. Para o vereador do PSDB, além da universidade, fábricas de equipamentos e beneficiamento teriam que fazer parte das condicionantes para que houvesse a concessão.
Na mesma linha, os vereadores Israel Barros e Adelson Fernandes se declaram contra o ramal ferroviário. Adelson lamentou que a audiência não fosse deliberativa. Para ele, se o ramal for construído, prejudicará o município.
Marden de Lima também lamentou a ausência do prefeito e defendeu outras audiências para que a população pudesse ter acesso às informações dos impactos ambientais e sociais que a linha de ferro traria para a cidade. No final ele se declarou terminantemente contra.
Cláudio Feitosa, que fora componente de uma comissão formada para avaliar os impactos e propor soluções para a possibilidade da implantação do ramal ferroviário recorreu ao argumento dos lucros da Vale nos últimos anos, “boa parte dos lucros da mineradora é proveniente da exploração do ferro, o que nós queremos é que a empresa se sensibilize e nos ajude a criar uma nova matriz econômica, que poderia ser a de um polo de conhecimento com uma universidade tecnológica, um hospital universitário para cursos de medicina, farmácia, enfermagem”, disse, acrescentando que a contrapartida proposta pela Vale era de apenas R$ 12 milhões, o que gerou muitos apupos para a companhia.
No final, o que ficou claro foi a imensa insatisfação da população com relação a Vale, entretanto, se valer o comportamento dos últimos tempos isso não deve incomodar a companhia, que não tem a preocupação de agradar o município, do qual ela retira a maior dos seus lucros.
A boa notícia foi de que o prefeito Darci Lermen teria desistido de dar a concessão para o ramal ferroviário pelos R$ 20 milhões que foram noticiados no HOJE. Ao que parece, a opinião pública pesou na decisão.
sexta-feira, 20 de maio de 2011
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2 comentários:
Vou usar da prerrogativa de ser matutu e fazer um comentário. A CVRD que nunca respeitou prefeito desta vês não será diferente, o tal ramal vai sair, como este prefeito e um banana e o PT e uma titica, e a oportunidade dos tais prefeitaveis mobilizarem a população e peitarem a Vale. Esta empresa só atende as reivindicações quando mexe no seu lucro, seu patrimônio etc e tal, mas o que não da para entender e os tais prefeitaveis permanecerem num silencio profundo, hei Walmir Mariano, Zé Reinaldo, Maguilliano, e outros, vocês tem relações comercias com a VALE por isto estão calados? Olha estamos atentos.
Canaã dos Carajás- AUDIÊNCIA PÚBLICA.
Luz, Câmeras, AÇÃO!
Um aparato policial, UTI Móvel, dentre outros, tudo para dar suporte a uma ‘medíocre’ Audiência Publica objetivando ‘discutir’ o Ramal Ferroviário Sudeste do Pará que aconteceu na ultima quarta-feira, (18), na Escola Futuro Educacional Êxito, em Canaã dos Carajás.
O real sentido da audiência ficou em segundo plano, pois o que se tornou evidente foi à condição de superioridade imposta pela mineradora, VALE diante da fragilizada população de Canaã dos Carajás, com o aval do representante do IBAMA que ao invés de agir com ‘imparcialidade’, se mostrou um defensor dos interesses da mineradora durante o transcorrer de toda audiência.
Atitudes desprezíveis e até certo ponto irresponsáveis podem ser atribuídas à parte interessada, mineradora VALE que não disse a que veio, não respeitando direitos, daqueles moradores que residem nas áreas afetadas pela construção da ferrovia, querendo adquirir apenas partes das propriedades, forçando uma venda futura a preços irrisórios, diante das praticadas pelo mercado imobiliário.
Enfim o publico que se fez presente a Escola Futuro Educacional Êxito, certamente não saiu satisfeito com a forma que representantes da mineradora, VALE e IBAMA conduziram a reunião, tentando intimidar os presentes, não expondo abertamente os benefícios da ferrovia, sendo que apenas teria utilidade para o transporte de minérios, sequer existem condicionantes que possam vir a beneficiar nosso município.
Ouvimos, ouvimos, não fomos ouvidos, sequer tivemos os direitos respeitados, agora seremos obrigamos a ‘engolir’ as decisões da VALE, apenas...
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