Nos meus tempos de escola aprendi que a repetição levava ao aprendizado. Ainda que seja uma pedagogia antiga, dos tempos bíblicos, acredito que ela continue tendo a sua eficácia.
Em suma: a repetição evita que o assunto seja esquecido. Dito isso vou entrar de sola e nos próximos dias vou torcer desesperadamente para que o assunto que permeia este artigo não seja esquecido, mas, devo dizer que começamos mal. Na sessão legislativa de terça-feira, o assunto passou em brancas nuvens, ninguém se manifestou e olha que alguns vereadores ficaram de pedir uma audiência pública para dissecar o assunto Ramal Ferroviário.
Acho até que nos próximos dias precisamos criar a Frente Municipal de Defesa do Perímetro Urbano, ou Frente contra a Exploração Municipal, ou Frente a Favor dos Interesses do Município, sei lá, nesse momento o que menos importa é nomenclatura. O importante é que essa comissão não deixe o assunto morrer e tenha como atribuição deixar a cidade alerta, pronta para ser mobilizada.
Nesse momento, a Vale e alguns muquiranas safados que infestam o Poder Público apostam na sonolência da comunidade para desferir mais um golpe fatal contra a nossa cidadania, tão vilipendiada ao longo dos anos.
É duro perceber que com honrosas exceções, dentre os quais se destaca o vereador Faisal Salmen, que incansavelmente tem clamado sozinho no deserto, como uma espécie de João Batista pós-moderno, a maioria dos políticos que poderia liderar essa frente não enxerga um palmo além do nariz. Na sua preguiça mental, eles não percebem que esse ramal é a última jóia da coroa, a última ferramenta que nos resta para enquadrar uma mineradora que nos trata com desprezo, que desvia investimentos que seriam nossos para outras localidades.
A equação é a seguinte: Parauapebas não precisa e não quer o ramal; a Vale precisa e quer o ramal. Como ele não nos acrescenta nada, ao contrário, invade o nosso dia-a-dia como um intruso, nos trazendo barulho, risco de acidentes e outros transtornos, a Vale que pague por essa concessão que será vitalícia, sem direito a arrependimento no futuro e sem um único real de imposto, já que não existe imposto que incida sobre tráfego de trem. Melhor, caso interesse a companhia, ela que faça um desvio por Curionópolis, por exemplo.
Se temos que ceder o perímetro urbano para que esse monstrengo chamado Ramal Ferroviário passe que, sejamos compensados e não me venham falar em R$ 12 milhões como inicialmente a mineradora queria, ou R$ 20 milhões, com chegou a negociar o prefeito, crente, crente que estava fazendo um grande negócio.
Vamos falar de coisas maiores, como, por exemplo a universidade para 20 cursos, um investimento de R$ 90 milhões, que sinceramente, ainda é irrisório, considerando a magnitude do projeto dos lucros astronômicos que essa empresas tem auferido ao longo dos anos às nossas custas.
(Artigo publicado no jornal HOJE 459 - Coluna do Marcel)
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Um comentário:
Sou de acordo e vamos a luta. Temos que fazer uma mobilização, um movimento em pro do nosso municipio. Vamos conclamar a sociedade em geral e as entidades de classe.
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